Mesmo enfrentando um cenário de forte ajuste fiscal, o Governo de Mato Grosso do Sul destinou R$ 250 mil para apoiar a Bonito 21K, uma das maiores competições esportivas do Estado. A corrida, realizada dois dias antes da publicação do extrato no Diário Oficial, atraiu milhares de participantes e impulsionou a economia local, mas reacendeu o debate sobre prioridades de gasto do poder público.
Aporte oficial e impacto do evento
O contrato firmado entre a Fundação de Turismo e a empresa organizadora LS Turismo e Eventos formalizou o repasse de R$ 250 mil para a realização da prova. A edição de 2025 registrou recorde de inscrições, com 2.870 atletas distribuídos entre as modalidades de 5 km, 10 km e meia maratona.
Com taxa de ocupação hoteleira superior a 95% nos dias do evento, a expectativa era movimentar mais de 7 mil visitantes na cidade, que tem no turismo seu principal motor econômico. O vencedor da meia maratona foi o atleta queniano Dismas Nyabira Okioma, de 23 anos.
Perfil dos participantes e custos da viagem
A Bonito 21K é conhecida por atrair corredores amadores e profissionais de maior poder aquisitivo. Os valores de inscrição variaram de R$159,90 a R$349,80, dependendo do lote e da distância, além da disputa infantil.
Os custos para quem visita Bonito também chamam atenção: hospedagens variam de R$160 a R$1,7 mil por diária; passeios vão de R$90 a R$1.900; e o deslocamento até o município, seja por transfer, voo ou aluguel de carro, também pesa no orçamento. A cidade registra o melhor desempenho turístico em uma década, ultrapassando a marca de 200 mil visitantes no semestre.
Contraste com o período de austeridade
O investimento público ocorre ao mesmo tempo em que o governo estadual reforça medidas de contenção de despesas. Desde 2025, a gestão vem anunciando cortes que podem atingir R$ 800 milhões, incluindo a revisão de contratos, redução de diárias, limitação de eventos e suspensão de compras de bens permanentes.
Em agosto, um decreto determinou a redução de 25% nos gastos de custeio em todas as secretarias após o Estado atingir o limite prudencial com despesas de pessoal, segundo o Relatório de Gestão Fiscal.
Fonte:PixNews