A manhã desta segunda-feira foi marcada por intensa movimentação na Câmara Municipal de Bonito, onde empresários do trade turístico, comerciantes e moradores se reuniram para manifestar insatisfação com a Taxa Ambiental anunciada pela Prefeitura de Bonito.
Amanhã desta segunda-feira foi marcada por intensa movimentação na Câmara Municipal de Bonito, onde empresários do trade turístico, comerciantes e moradores se reuniram para manifestar insatisfação com a Taxa Ambiental anunciada pela Prefeitura de Bonito, prevista para entrar em vigor no dia 20 de dezembro.
Embora o tema não estivesse oficialmente na pauta da sessão, a ampla presença do público tinha um motivo claro: protestar contra a cobrança, que vem gerando desgaste à imagem do destino turístico e já teria provocado cancelamentos de viagens, segundo relatos de empresários e publicações de visitantes nas redes sociais ao longo dos últimos quatro dias.
Vereadores se dividem e clima de tensão marca a sessão
No uso da palavra livre, os vereadores André Luiz, Michele Flores, Rose da Financeira, Alemão do Som e Professora Ramona agradeceram a presença da população e se posicionaram abertamente contra a Taxa Ambiental, afirmando compreender a preocupação do trade turístico e da comunidade. Os parlamentares defenderam a necessidade de rever a medida de imediato e declararam apoio à criação de um projeto de lei para revogar a taxa.
No período da tarde, esses mesmos vereadores se reuniram com empresários e moradores, reforçando o compromisso em articular o projeto de revogação e buscar uma solução rápida para minimizar os prejuízos ao destino.
Em contrapartida, os vereadores Professor PH, Lucas Capacete, Pedrinho da Marambaia e Jonathan Marques, que votaram a favor da taxa nos anos de 2021 e 2022 — quando já ocupavam cadeiras no Legislativo — mantiveram sua posição favorável à cobrança. Segundo diversos expectadores que acompanhavam a sessão, os parlamentares chegaram a demonstrar postura contrária ao posicionamento do trade turístico, defendendo a permanência da taxa.
O vereador Adão Duarte, em seu primeiro mandato e líder do prefeito na Câmara, também se manifestou a favor da Taxa Ambiental, contrariando as reivindicações da população e dos empresários que pedem uma solução emergencial para conter os impactos negativos já registrados após o anúncio recente.
O vereador Paulinho da Darom adotou um tom moderado em seu discurso, considerado superficial por parte dos presentes, e manteve postura indefinida, sem se posicionar claramente sobre ser contra ou a favor da cobrança.
Clima é de urgência no setor turístico
Com o anúncio da taxa há apenas quatro dias, empresários afirmam que o destino já enfrenta queda em reservas, cancelamentos e insegurança entre turistas que planejavam visitar Bonito. A preocupação central do trade é que a medida, além de inesperada, agrave o momento considerado um dos mais frágeis do turismo local, em um período que já registrava retração no fluxo de visitantes. Clique na matéria a seguir para ler mais.
Anúncio da taxa acontece em meio a crise da gestão municipal
O anúncio da implementação da Taxa Ambiental ocorre em um momento delicado para a administração municipal. A gestão enfrenta desgaste significativo de imagem após casos de corrupção envolvendo servidores comissionados de alto escalão, que resultaram em prisões recentes e ampla repercussão negativa na cidade. O acúmulo de críticas à administração, somado à repercussão negativa da taxa, tem ampliado a insatisfação de moradores e empresários.
Direito de cobrar seu vereador
O empresário Breno Teixeira, morador e empresário, reforçou a importância de a população exercer seu direito de cobrar coerência dos parlamentares:
“Os vereadores foram eleitos para defender os interesses da população, não para seguir ordens do prefeito. Quem recebeu voto da comunidade tem o dever de representar a comunidade. Se mudaram de opinião para favorecer a taxa, que mudem novamente — desta vez, para atender ao povo que os colocou lá.”
Breno também incentivou a população a ampliar sua participação digital:
“As redes sociais são uma ferramenta poderosa. A indignação precisa ser mostrada, compartilhada e comentada. Bonito não pode aceitar calada uma decisão que afeta diretamente 70% da população, que depende do turismo para sobreviver.”
Ele concluiu pedindo que moradores continuem denunciando os impactos da taxa e pressionando de forma pacífica e contínua, tanto presencialmente quanto online. do setor reforçam que a manifestação de hoje é apenas o início de uma mobilização maior para tentar impedir que a taxa entre em vigor ainda em 2025.
Fonte: B1Notícia