A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), dois mandados de busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), no âmbito da investigação que apura tentativa de golpe de Estado. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dentro da PET nº 14129.
Além das buscas, Bolsonaro foi alvo de uma série de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Entre elas, o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno — entre 19h e 7h, inclusive aos fins de semana — e a proibição de manter contato com outros réus do processo, de utilizar redes sociais e de se aproximar de embaixadas ou manter comunicação com diplomatas estrangeiros.
As medidas foram solicitadas pela Polícia Federal, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os investigadores apontam crimes como coação no curso do processo, obstrução da Justiça e atentado à soberania nacional.
Bolsonaro é um dos oito denunciados pela PGR por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. Segundo a acusação, ele liderava uma organização criminosa armada que buscava abolir, de forma violenta, o Estado democrático de direito. As penas somadas podem chegar a até 43 anos de prisão.
Entre os demais acusados estão nomes de alto escalão das Forças Armadas e do governo anterior, como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira.
O documento da PGR sustenta que a tentativa de ruptura institucional não avançou devido à falta de adesão das Forças Armadas. O julgamento dos envolvidos está previsto para ocorrer entre o fim de agosto e o início de setembro.
Bolsonaro nega envolvimento nas ações e classificou as acusações como infundadas. Em manifestação recente, pediu orações aos seus apoiadores.
Fonte:agb
