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Renda média do sul-mato-grossense supera rendimento nacional em 12%

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Com ganho médio de R$ 2.854, o rendimento do sul-mato-grossense supera o nacional em 12,6%, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média de renda de todas as fontes no Brasil ficou em R$ 2.533 no ano passado.

De acordo com os dados, o Estado, inclusive, se recuperou da queda registrada em 2021, quando a média registrada foi de R$ 2.634. Para o cálculo da estimativa, é levado em consideração o rendimento real habitualmente recebido de todas as fontes de renda de pessoas a partir de 14 anos de idade ocupadas na semana de referência.

A pesquisa ainda apontou que, em Mato Grosso do Sul, observando-se a série histórica, de 2012 a 2019, o rendimento médio real de todas as fontes teve crescimento de 13,1% (de R$ 2.589 para R$ 2.928). Com a pandemia, o rendimento de todas as fontes teve redução de 5,4% em 2020 e de 4,8% em 2021.

No entanto, no ano passado, apresentou aumento de 8,3%, fechando a série em R$ 2.854, valor 10,2% maior que o do ano anterior.

Segundo a analista da pesquisa, Alessandra Brito, houve um crescimento na quantidade de pessoas com alguma renda, uma vez que, no ano passado, ocorreu um retorno das pessoas ao mercado de trabalho.

“Para o ano de 2022, observamos um aumento na proporção de pessoas com algum tipo de rendimento, seja do trabalho seja de outras fontes. Esse aumento foi puxado, sobretudo, pela elevação da proporção de pessoas ganhando renda do trabalho, isso porque, de 2021 para 2022, voltaram para o mercado de trabalho quase 8 milhões de pessoas, e a população ocupada aumentou em 7,7 milhões”, explicou.

Em Mato Grosso do Sul, a quantidade de pessoas ocupadas passou de 59,8% em 2021 para 62,9% em 2022. Essa maior quantidade de trabalhadores, ainda conforme Alessandra, de início refletiu em uma queda no rendimento médio, porém, no aumento da massa de trabalho.

“Isso [o aumento de pessoas com alguma renda em 2022] refletiu em uma redução de 2,1% no rendimento médio do trabalho no período, mas em um aumento de massa do trabalho e também na redução no Índice de Gini do trabalho. Ele ficou em 0,46 para 2022 [no Brasil], menor valor da série”.

DESIGUALDADE

O Índice de Gini é um indicador que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica e varia entre 0 e 1, sendo 0 perfeita igualdade e 1 máxima concentração e desigualdade. Em Mato Grosso do Sul, o Índice de Gini do rendimento médio mensal foi de 0,455. Já o Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita foi de 0,478, valor menor que em 2021, quando ficou registrado em 0,496.

Além disso, a analista acrescentou que esse aumento na quantidade de trabalhadores também trouxe um crescimento no emprego com carteira assinada e no rendimento dos trabalhadores informais.

“Isso porque a gente teve esse aumento de ocupação, sobretudo em empregos com carteira e também aumento de rendimento dos trabalhadores mais informais. A gente observou um aumento do rendimento médio domiciliar per capita, depois de uma mínima histórica em 2021”, reforçou.

Segundo os dados divulgados no ano passado, a taxa de desocupação nacional no último trimestre de 2022 foi de 7,9%. Já em Mato Grosso do Sul, o desemprego ficou em 3,3%.

Esse cenário, de acordo com o mestre em economia Eugênio Pavão, tem a ver com os investimentos que o Estado conseguiu atrair. “Mato Grosso do Sul atraiu fortes investimentos públicos e privados nos últimos anos, fazendo com que o índice de ocupação esteja bastante elevado e com que os setores que mais empregam estejam aproveitando essa maré pós-Covid-19”.

Ainda assim, conforme a pesquisa, a análise da concentração de renda por meio da distribuição das pessoas por classes de rendimento domiciliar per capita mostrou que, no ano passado, 1% de sul-mato-grossenses com rendimento mais alto recebia em média R$ 17.320 por mês.

Esse valor é 24,7 vezes maior que a renda média mensal real da metade da população com os menores salários, que fica em R$ 701.

BOLSA FAMÍLIA

Ainda conforme Alessandra, a pesquisa mostrou que a parcela mais pobre da população registrou um aumento de sua renda por causa dos programas sociais. “A gente observou o aumento do peso do rendimento de outras fontes na renda dos domicílios, que foi puxada sobretudo pela rubrica ‘outros rendimentos’, onde estão os programas sociais”, detalhou.

O levantamento mostrou também que, dos 982 mil domicílios de Mato Grosso do Sul, 108 mil tinham moradores que recebiam o Bolsa Família no ano passado. O porcentual é 134,8% maior que em 2021, quando os registros mostravam apenas 46 mil residências com moradores recebendo assistência. Ainda sim, o porcentual de Mato Grosso do Sul é o 6º menor do País.

 

Fonte:CE

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