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Por dia, oito veículos são furtados em média no Estado

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Em Mato Grosso do Sul, são registrados, em média, oito furtos de veículos por dia. Segundo levantamento da reportagem com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), apenas nos três primeiros meses deste ano, 763 crimes desse tipo foram registrados no Estado.

O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), Ricardo Meirelles Bernardinelli, explicou que veículos com maior poder aquisitivo são furtados com mais frequência, para serem destinados ao Paraguai e à Bolívia, países que fazem fronteira com MS.

Conforme já publicado pela reportagem, a polícia do Paraguai interceptou, há 20 dias, uma caminhonete brasileira em posse de Claudia Giselle Guillén, auxiliar fiscal dos órgãos paraguaios.

Modelo do ano 2017, o veículo tem preço de mercado avaliado em R$ 220 mil em solo brasileiro, entretanto, de acordo com Christian Amarilla, chefe do Departamento de Control de Automotores, órgão responsável pela apreensão do veículo, o carro tem preço de mercado entre 70 e 80 milhões de guaranis, o que gira em torno de R$ 58 mil.

Conforme relatado pela polícia paraguaia, o crime é mais um entre os diversos casos que envolvem clonagem de placas e veículos dos dois países somente neste ano. Segundo os dados do Ministério Público paraguaio, a funcionária recebe um salário em torno de R$ 2,7 mil mensais, e o veículo, que pertence a um empresário brasileiro, teria sido furtado em novembro de 2022.

O carro original seria de 2021, e não de 2017, fator que levantou a suspeita dos policiais.

“O que nós registramos com maior frequência são os furtos de carros usados de um valor aquisitivo mais alto, que são levados geralmente para o Paraguai e a Bolívia. São casos em que as pessoas não investem nos sistemas de segurança, o que acaba favorecendo furtos e roubos de veículos que são utilizados para a prática de crimes”, disse Bernardinelli.

O delegado titular da Defurv destaca ainda que, geralmente, carros que estão mais acessíveis para serem furtados continuam na cadeia criminosa sendo utilizados por bandidos em furtos em residências e roubos na própria cidade.

É importante destacar que o furto configura como a subtração do objeto sem que tenha existido nenhum tipo de violência ou grave ameaça. Para configurar roubo, é necessário que haja violência ou grave ameaça durante a ação.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO

O titular da Defurv, Ricardo Meirelles Bernardinelli, orienta que algumas atitudes devem ser tomadas pelos proprietários dos veículos para que os furtos sejam evitados. Ele recomenda evitar lugares mais desertos, com pouca circulação de pessoas, e locais mais perigosos.

“Devemos privilegiar no momento de estacionar o veículo, se possível, um lugar que tenha garagem particular, com algum tipo de sistema de segurança e de câmeras. Se deixar em via pública, escolha um local que seja bem iluminado, com circulação de pessoas”, salientou.

“O proprietário deve investir em sistemas de segurança ou contratar um seguro e alarmes que dificultem a ação de criminosos. Não devemos deixar objetos de valor no interior de veículos e precisamos realmente checar se as portas estão travadas”, complementou Ricardo.

De acordo com o delegado, em casos de furtos, os proprietários devem imediatamente procurar uma delegacia de polícia para informar o crime e registrar um boletim de ocorrência.

“No caso de recuperação do veículo, o proprietário deve imediatamente comunicar às autoridades para que a perícia seja feita, dando prosseguimento na investigação”, reiterou Bernardinelli.

REDUÇÃO

Dados da Sejusp apontam uma leve redução nos crimes de furtos de veículos no Estado neste ano. No primeiro trimestre de 2023, foram registrados 763 casos, sendo 481 apenas em Campo Grande.

No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 824 casos em Mato Grosso do Sul e 566 na Capital. Desde que a série histórica foi iniciada, em 2013, o maior número de furtos de veículos foi registrado em 2015, com 927 casos no Estado.

RECEPTAÇÃO

A ação criminosa não se restringe apenas a quem furta, mas envolve também quem consome o material adquirido de forma ilícita. Bernardinelli aponta que as pessoas precisam auxiliar a polícia não participando das compras de veículos sem procedência.

O delegado destaca que a maioria dos veículos furtados é vendida para pessoas que não conferem a procedência dos automóveis, haja vista que muitas vezes são colocadas placas frias nos veículos, com o objetivo de “esquentar” esse automóvel.

“Quando a pessoa não checa essa documentação, muitas vezes ela está adquirindo um produto que tem origem criminosa e fica sujeita a responder pelo crime de receptação”, aponta Ricardo.

O art. 180 do Código Penal prevê que adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio, “coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte” configura crime de receptação, com pena prevista de um a quatro anos e multa.

 

Fonte:CE

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