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Caçador de sucuri encontra cobra de 6 metros trocando de pele debaixo d’água em MS

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Um caçador de sucuris encontrou um exemplar de aproximadamente 6 metros de comprimento, debaixo da água e trocando de pele. O flagrante aconteceu na manhã desta sexta-feira (6) em um rio de Bonito – no sudoeste de Mato Grosso do Sul. A cidade é considerada como um dos melhores destinos de turismo responsável do Brasil.

Segundo o responsável pelas imagens, Vilmar de Oliveira Teixeira, que trabalha como guia de turismo na região, o registro foi feito durante um mergulho. Ele ainda ressalta que a prática de filmar os animais já faz parte de seu dia a dia e foi a forma que encontrou para ajudar na preservação das sucuris.

 

 

“Acredito que quando as pessoas veem animais como esse, com imagens incríveis, acredito que pensarão duas vezes antes de fazer algum mal a eles”, reforça.

Teixeira, que tem Bonito como quintal de casa, conta que durante um mergulho, já foi preparado com a grande possibilidade de encontrar alguma sucuri na região. “Sempre saio com a expectativa de fazer alguma imagem bacana e dessa vez, tudo conspirou a favor desse registro incrível”, relembra.

Segundo Juliana Terra, doutora em ecologia pela Universidade de São Paulo (USP) e que também coordena um projeto sobre as sucuris na região de Bonito, essa espécie de cobra realmente pode trocar de pele, tanto dentro quanto fora da água.

“Elas usam o atrito do corpo contra superfícies ásperas como pedras, galhos, raízes das árvores, até mesmo o leito do rio ou o solo, dependendo de onde estiverem, para ir soltando a pele antiga”, explicou para reportagem.

Ainda de acordo com a especialista, é bastante comum encontrar sucuris nesse período do ano – o inverno – já que as serpentes buscam manter-se aquecidas por meio da luz solar.

Outros registros
Há duas semanas, o próprio Vilmar conseguiu fazer o registro de duas sucuris gigantes tomando sol às margens de um rio, na mesma região. Ele estava acompanhado de um turista em um passeio de canoa.

Conforme relato de Vilmar, os animais, que se tratavam de duas fêmeas, estavam às margens do rio tomando sol, já que as temperaturas estavam abaixo do comum na região no dia do flagrante, em 27 de julho.

Aparições de sucuris são comuns nesta época do ano
A especialista explicou que as sucuris são ectotérmicas, ou seja, espécie que não produzem calor metabolicamente, e, por isso, buscam aquecimento fora da água, momento em que a maioria dos registros fotográficos são feitos.

“Répteis em geral, são animais ectotérmicos que não produzem calor metabolicamente, diferente dos mamíferos. Então elas dependem de fonte externa de calor para se aquecer. Os ditos animais de sangue frio, expressão que não é correta, precisam sair para pegar um sol e desenvolver sua temperatura adequada para desenvolver sua atividades”, pontou a especialista em sucuris.

Uma outra explicação para as aparições é o início do período reprodutivo. “Elas já estão entrando nesse período que corre de julho a outubro, então devido a isso começa a ser possível observá-las. Pois os animais ficam mais ativos no ambiente, as fêmeas começam a procurar o local adequado para a copular e os machos vão atrás delas.”

Os feromônios, hormônios liberados pelas sucuris fêmeas, que são sempre maiores, durante o processo de copulação faz com que mais machos da espécie saiam à procura do acasalamento (o que aumenta a chance de ver os répteis fora da água).

Fonte:G1MS

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