segunda-feira, 8 dezembro, 2025 06:26
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Frete agrícola pode aumentar até 15% para a safra 2025/2026

de Redação Bonitonet
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Os preços do frete agrícola podem registrar aumento de valor na próxima safra. A partir deste mês, conforme as novas regras determinadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), transportadores estarão sob novo sistema de fiscalização on-line da tabela de frete.

Na avaliação de Dorival Oliveira, assessor do Sindicato de Logística e Transporte de Cargas em Mato Grosso do Sul (Setlog-MS), o aumento de preços será mais vantajoso nas cargas de lotação. “As cargas de commodities são de lotação, porém, a maioria é destinada ao transportador autônomo, que é mais barato”, explicou.

Assim, na prática, a medida, mesmo que não de forma uniforme, pode elevar o valor do frete em até 15%. Essa é a estimativa de analistas de transportes, especialmente nas regiões onde a prática de pagamentos abaixo do piso estabelecido ainda é comum.

O consultor em logística João Batista Freitas comentou que o impacto pode variar entre 5% e 15% do custo total do transporte, dependendo da rota e do contrato. 

“O mercado vai precisar se adequar rapidamente. Quem pagava abaixo do piso agora corre risco de multa e até de suspensão de registros. Isso tende a reduzir a oferta de fretes mais baratos, pressionando o custo logístico da soja”, explicou em reportagem do Notícias Agrícolas.

Ainda conforme a reportagem, o setor de grãos, especialmente o da soja, que responde por quase 40% das cargas agrícolas do País, é um dos mais sensíveis a mudanças nas regras de frete. Como boa parte da logística depende do transporte rodoviário entre o Centro-Oeste e a região litorânea, a expectativa é de reajuste nos valores.

Outra mudança importante é a exigência efetiva de seguros obrigatórios, medida que visa à proteção de transportadores, empresas contratantes, caminhoneiros autônomos e da própria sociedade, trazendo mais segurança e transparência ao setor.

Conforme o governo federal, todos os Transportadores Rodoviários Remunerados de Cargas (TRRC) precisarão comprovar a contratação de três seguros essenciais: Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTRC), que cobre danos às mercadorias durante o transporte; Responsabilidade Civil por Desaparecimento de Carga (RCDC), que protege contra roubos e extravios; e Responsabilidade Civil de Veículo (RCV), que cobre acidentes envolvendo os veículos.

Produtores e cooperativas que utilizam frota própria precisarão contratar o RCV, sob pena de suspensão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC).

Na prática, isso significa maior formalização das operações de transporte da soja, mas também novos custos fixos para os embarcadores.

QUEDA
Desde o fim da colheita de grãos, o preço do frete agrícola sofreu queda e levou as transportadoras a segurar os custos.Conforme o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em setembro, Mato Grosso do Sul foi um dos estados que registrou diminuição de preços.

“É a oferta excessiva de caminhões. O produtor também segurou parte da produção, à espera de melhores preços para seus produtos”, detalhou Dorival Oliveira.

As exportações de grãos também afetam diretamente o setor de transporte. Conforme divulgado pelo Portal Correio do Estado, apesar de Mato Grosso do Sul manter superavit comercial, as exportações de grãos registram queda pelo segundo mês seguido, inclusive a soja e o milho, com participação menor que os demais produtos.

“Os produtores têm vendido apenas o volume necessário para cobrir as despesas com o custeio da safra, assim, os produtos ficam estocados nas propriedades, bem como foi inaugurado mais uma usina que processa milho. Dessa forma, tem diminuído o volume disponível para as exportações”, reforçou Oliveira.

As empresas de transporte adoraram a contenção de custos, ainda de acordo com o assessor, optando por deixar veículos parados nos pátios.

“A regra é reduzir custos, muitas empresas estão deixando seus veículos nos pátios, não estão contratando mão de obra, pois os valores de frete praticados atualmente não vêm cobrindo os custos, então, é ofertar um número menor de veículos para equilibrar o mercado e permanecer na atividade”, pontuou.

“Esperamos que as safras sejam produtivas e que não tenhamos a influência de nenhum fator climático para mudar essa perspectiva, pois depois de uma boa safra sempre aumenta o volume a ser transportado e, consequentemente, aumentam as receitas com o frete”, acrescentou.

SAFRA
A previsão para a próxima safra é otimista. O primeiro levantamento de safras da Conab para o ciclo 2025/2026 estima que Mato Grosso do Sul deve alcançar a maior produção de grãos de sua história. Os dados apontam que a próxima safra pode chegar a 28,7 milhões de toneladas, superando o recorde anterior de 27,1 milhões de toneladas, registrado na safra 2022/2023.

Comparado ao volume colhido três anos atrás, o crescimento é ainda mais expressivo: a produção deve avançar 30% em relação à safra 2021/2022, quando foram contabilizados 22 milhões de toneladas.

O desempenho é atribuído à combinação de expansão da área cultivada, avanços tecnológicos e condições climáticas mais favoráveis previstos para o ciclo 2025/2026. A área plantada deve aumentar 5,5%, passando de 6,6 milhões de hectares para 7 milhões de hectares.

Fonte:Correio do Estado

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