Novos vazamentos do ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, Eduardo Tagliaferro, mostram que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a perseguição e monitoramento de Marcos Pollon durante a campanha eleitoral de 2022.
Para Marcos Pollon, as revelações mostram o amontoado de nulidades e fraudes que o Brasil está sofrendo. “Para mim é motivo de orgulho poder estar no hall dos perseguidos. Quando você vive em uma ditadura como oposição ao regime e não está sendo perseguido, você está agindo do jeito errado. É uma honra ser perseguido mais uma vez por esse conglomerado de déspotas e ditadores. O que saiu até agora da vaza toga mostrou que não existe processo e que todas as decisões são viciadas”, disse.
O nome de Marcos Pollon aparece em meio a medida judicial contra grupo de empresários que estavam apoiando a campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. A operação contra os empresários, especialmente Luciano Hang, um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro ocorreu em plena campanha eleitoral a poucos dias do primeiro debate na TV.
As conversas de WhatsApp entre Eduardo Tagliaferro e a jornalista Letícia Sallorenzo, conhecida como “Bruxa”, em agosto de 2022, mostram solicitação para procedimento de censura contra o deputado Marcos Pollon (PL-MS), então um advogado e ativista pró-armas. Ela indicou um texto do site “Come Ananás” como referência. O procedimento de censura já normalizado não necessitava de instruções detalhadas: “Todo seu!”, disse Sallorenzo. O texto indicado contra Pollon, deletado do site, mas recuperado pela reportagem em um serviço de arquivamento, destacava uma crítica do advogado a Moraes: “supremo ditador”.
No entanto, Tagliaferro a avisa de que está muito ocupado, pois trabalha para o ministro em uma investigação sigilosa. Na sequência, ele fala que o vídeo de Pollon “já caiu no radar da desinformação”.
Fonte: Assessoria