sexta-feira, 5 dezembro, 2025 04:31
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China prorroga investigação sobre carne bovina e acalma mercado do boi gordo

de Redação Bonitonet
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O governo da China decidiu nesta terça-feira (25) estender mais uma vez o prazo para concluir a investigação sobre importações de carne bovina. O Ministério do Comércio chinês (MOFCOM) confirmou que a apuração agora vai até 26 de janeiro de 2026, diante da complexidade do caso. A prorrogação representa um alívio para os exportadores, especialmente para o setor pecuário brasileiro, que vinha sofrendo com a instabilidade nas cotações do boi gordo.

Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a decisão reduz a volatilidade no mercado e pode permitir uma recuperação dos preços. 

“Tínhamos uma perspectiva positiva para a arroba e que não se consolidou justamente por conta dessas especulações envolvendo a China”, afirmou ele em entrevista ao Canal Rural.

Iglesias avaliou também que, com o adiamento, os valores “tendem a retomar estabilidade e podem até reagir”, citando ainda a retomada de compras pelos Estados Unidos como outro fator favorável.

Motivações da investigação chinesa e resposta brasileira

A investigação da China teve início em dezembro de 2024, motivada por entidades do setor nacional que alegam que as importações massivas de carne bovina estariam prejudicando os produtores chineses. O governo chinês analisa se medidas de salvaguarda — como cotas ou tarifas — devem ser adotadas para proteger a produção local. Embora o inquérito não mencione países específicos, os grandes exportadores, como Brasil, Argentina e Austrália, estão no centro das atenções.

Autoridades brasileiras afirmam, porém, que não há motivo para pânico. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ressaltou que não há indícios de novos problemas sanitários nos embarques recentes e que segue em diálogo direto com as autoridades chinesas para garantir a transparência da cadeia produtiva brasileira.

Impactos no mercado do boi gordo

Até agora, a prorrogação trouxe alívio para o mercado nacional de boi gordo, segundo analistas. Iglesias lembrou que o temor de restrições levou a uma queda agressiva nos preços futuros da arroba. Com a investigação suspensa por mais alguns meses, espera-se que parte dessa pressão se dissipar.

Além disso, a reabertura ou intensificação de outros mercados compradores, como os Estados Unidos, pode ajudar a reduzir a dependência da China e dar mais fôlego para o setor. A estabilidade nas exportações é vista como essencial para evitar novas quedas nos preços, sobretudo em um momento de menor demanda doméstica e oferta elevada de oferta de animais para abate.

Riscos persistem e lições para o futuro

Apesar do adiamento, a indefinição persiste e mantém incertezas para pecuaristas e exportadores. A dependência histórica da China como principal comprador de carne bovina brasileira continua sendo um ponto de fragilidade. Especialistas alertam para a necessidade de diversificação de mercados, não apenas para sustentar preços, mas também para reduzir a vulnerabilidade diante de possíveis medidas protecionistas futuras.

A prorrogação da investigação até janeiro de 2026 dá um fôlego temporário, mas não elimina o risco de salvaguardas impostas pela China. Por isso, o setor brasileiro monitora de perto as negociações e busca estratégias para fortalecer sua presença em outros mercados internacionais, com vistas a garantir estabilidade a longo prazo.

Fonte:PixNews

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