O Mato Grosso do Sul recebeu um reforço inédito no atendimento a animais silvestres vítimas de queimadas e desastres ambientais. Um trailer totalmente equipado para o chamado “proto-socorro veterinário” foi entregue nesta quinta-feira (17), em Campo Grande, e passará a ser usado nas ações do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) e do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap).
Conhecido como Samu Veterinário, o veículo possui estrutura completa para atendimento imediato em campo, com tubos de oxigênio, anestésicos, sedativos, curativos, macas e equipamentos de imobilização. O objetivo é permitir que os animais sejam tratados ainda no local do resgate e, quando possível, devolvidos ao habitat natural. Em casos mais graves, o atendimento de emergência possibilita estabilizar o paciente até o transporte para o Hospital Veterinário do CRAS, em Campo Grande.
O equipamento foi adquirido pelo Ibama, com recursos de R$ 400 mil provenientes de compensação ambiental repassados pela empresa Vetorial, de Corumbá. Segundo o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, a estrutura vai agilizar as respostas em situações críticas.
“Mato Grosso do Sul é um estado especial, temos aqui o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal. O Ibama não está sozinho, temos parcerias importantes com o Imasul e com o Governo do Estado”, afirmou Agostinho, destacando a complexidade da biodiversidade regional e a necessidade de resposta rápida dos órgãos ambientais.
A veterinária Aline Duarte, coordenadora do CRAS, explicou que o atendimento imediato é decisivo para aumentar as chances de sobrevivência dos animais.
“Quando o animal recebe atendimento logo após o ferimento, a chance de recuperação aumenta muito. O transporte prolongado até Campo Grande causa estresse e pode comprometer o restabelecimento”, destacou.
De janeiro a setembro deste ano, o Hospital Veterinário do CRAS já recebeu 1.676 animais, dos quais 300 permanecem em reabilitação e cerca de 800 foram devolvidos à natureza. Com a chegada do SamuVet, a expectativa é ampliar a capacidade de resposta durante o período crítico de incêndios no Pantanal.
Fonte:OSM