O Rio da Prata, famoso por suas águas claras, voltou a secar no trecho da Ponte do Curê, na MS-178, no município de Jardim. No ano passado, entre julho e o começo de novembro, o cenário foi desolador: não havia uma gota de líquido onde deveria ter rio com até quatro metros de profundidade.
A água só corria de forma subterrânea, deixando um rastro de morte no leito, com peixes e caranguejos que não resistiram em meio à lama. A seca se estendia por seis quilômetros e exigiu operações para remoção dos cardumes. Com autorização ambiental, os peixes foram levados de barco para o ponto em que o leito do Prata tinha água. Foram socorridos dourados, cascudos, curimbatás, piraputangas, piaus e piaparas.
Agora, em setembro de 2025, o leito seco se estende por três quilômetros, sem afetar os atrativos turísticos. De acordo com o diretor do Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim, Nisroque da Silva Soares, o volume de água vem diminuindo desde o último dia 6. A esperança era de que a chuva revertesse o quadro, mas não veio em quantidade suficiente para reviver o rio.
O instituto monitora um cardume de curimba, que está “ilhado”, dois quilômetros acima da Ponte do Curê. Caso o leito não se recupere logo, os peixes terão que ser resgatados.
Em 2024, a seca no Rio da Prata, que corre por Bonito e Jardim, foi provocada pela estiagem prolongada e contribuição das construções de drenos na cabeceira do corpo hídrico. O diagnóstico foi feito pela PMA (Polícia Militar Ambiental).
Rio da Prata, na Ponte do Curê, em 6 de setembro. (Foto: Nisroque Junior/IGMA)
O Prata nasce na região da Serra da Bodoquena e deságua no Miranda, que é tributário do Rio Paraguai, o principal do Pantanal.
Fonte: Campo Grande News