A segunda estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra de grãos 2025/26 indica que a produção brasileira pode alcançar 354,8 milhões de toneladas, o que representa uma ligeira alta na comparação com o ciclo passado. Caso o número se confirme, representará um novo recorde de produção nacional.
A Conab ainda estima área cultivada de 84,4 milhões de hectares, crescimento de 3,3% em relação à safra anterior e a produtividade média nacional está estimada em 4.203 quilos por hectare.
Essa estimativa está 2,4% abaixo do registrado na safra 2024/2025, no entanto, apresenta estabilidade em relação ao que foi previsto no levantamento anterior da Conab.
Segundo a Companhia, o clima nas principais regiões produtoras, com atenção especial a problemas como o excesso de chuva no Paraná, a irregularidade em Mato Grosso e o atraso das precipitações em Goiás, podem afetar o desenvolvimento das lavouras.
Culturas em fase de colheita
Dentre as culturas de inverno, a safra 2025 ainda está em fase de colheita. A produção de trigo, principal produto semeado entre as culturas de inverno, está estimada em 7,7 milhões de toneladas.
Segundo a Conab, nas principais regiões produtoras as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento da cultura de maneira geral.
No entanto, a redução dos investimentos em insumos, especialmente fertilizantes e defensivos, tornou as lavouras mais suscetíveis a doenças e limitou o pleno aproveitamento do potencial produtivo, resultando em espigas menores e com menor número de grãos.
Além disso, no Paraná, as chuvas intensas, registradas no início de novembro podem influenciar as lavouras que ainda permanecem em campo.
Soja
Para a soja, a previsão é de aumento de 3,6% na área plantada, totalizando 49,1 milhões de hectares, e produção estimada em 177,6 milhões de toneladas.
O plantio avança em ritmo normal nos últimos cinco anos, mas está um pouco atrasado em relação ao ano passado, principalmente em Goiás e Minas Gerais, por falta de chuva.
Em Mato Grosso, o ritmo é semelhante ao da última safra, embora o clima instável de outubro tenha prejudicado parte das lavouras semeadas no início do mês.
Milho
No caso do milho, a produção total das três safras deve chegar a 138,8 milhões de toneladas, uma queda de 1,6% em relação ao ciclo anterior, conforme o levantamento.
A primeira safra deve ter aumento de 7,1% na área cultivada, com 25,9 milhões de toneladas previstas. O plantio já alcançou 47,7% da área, ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o frio atrasou o desenvolvimento inicial das plantas, mas sem afetar a produtividade.
No Paraná, o excesso de chuva, ventos fortes e granizo no início de novembro causaram danos pontuais, que ainda estão sendo avaliados pela Conab.
Arroz
A estimativa da Conab para o arroz é de uma produção de 11,3 milhões de toneladas na atual temporada, redução de 11,5% em relação à safra anterior influenciada pela menor área cultivada.
No Rio Grande do Sul, principal estado produtor do grão, a semeadura alcança mais de 78% do previsto, apesar de em algumas áreas ter ocorrido atraso na operação, devido aos volumes de chuva que impediam a entrada de maquinário no campo.
Contudo, de uma forma geral, as lavouras têm se desenvolvido de forma satisfatória, ainda que, em algumas áreas, haja irregularidade das chuvas em volume e intensidade.
Feijão
Para o feijão, é esperada uma colheita total, somadas as três safras, de 3,1 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido no ciclo passado.
A primeira safra da leguminosa deve apresentar redução de 7,3% na área plantada, totalizando 841,9 mil hectares, com expectativa de produção de 977,9 mil toneladas, 8% inferior à safra passada.
O plantio segue em andamento nos principais estados produtores, já concluído em São Paulo, Paraná com 91% e Minas Gerais com 44%.
Comercialização
A Conab prevê que cerca de 94,6 milhões de toneladas de milho deverão ser consumidos internamente na safra 2025/26, ou seja, um aumento de 4,5% em comparação ao ciclo anterior, impulsionado principalmente pela maior demanda do cereal para produção de etanol.
As exportações também devem avançar e podem chegar a 46,5 milhões de toneladas, apoiadas na manutenção do bom excedente produtivo. Mesmo com esses incrementos, a perspectiva é de que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.
Quanto à soja em grãos, com a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos, o aumento da demanda global e a expectativa de uma maior produção brasileira, estima-se um crescimento expressivo nas exportações do país, que podem atingir 112,1 milhões de toneladas na temporada 2025/26, um aumento de 5,11% em relação à safra anterior.
Além disso, a expectativa de elevação na mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, adicionalmente com a crescente demanda por proteína vegetal, sugere que o volume de soja destinado ao esmagamento poderá atingir 59,37 milhões de toneladas em 2026. Esse volume representa um aumento de 1,37% em comparação ao ano anterior.
Clique aqui para acessar o 2º Levantamento da Safra de Grãos 2025/26.
Fonte:MM