Prefeituras miram Airbnb para cobrar ISS

Chiang Mai, Thailand - September 4, 2016: Apple iPhone 6s plus with Airbnb application on the screen. Airbnb is a website for people to list, find, and rent lodging.

As cidades brasileiras de Salvador (BA)Petrópolis (RJ)Olímpia (SP) e Ponta Grossa (PR) aprovaram leis para cobrar Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre aluguéis de temporada em plataformas como AirbnbSão Paulo (SP)Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC) também já possuem projetos de vereadores em tramitação sobre o tema.

A tendência também se espalha para outras regiões do país e chega a municípios do Centro-Oeste, como Bonito (MS) e Bodoquena (MS), além de Santarém (PA), que já solicitaram dados das plataformas para autuar anfitriões.

As administrações municipais entendem que pessoas físicas que têm ganhos com o aluguel por temporada via plataformas — os anfitriões — estariam sujeitas ao ISS. O município de Bonito até ajuizou ação para obrigar o compartilhamento das informações do Airbnb.

Já o Airbnb vê pressão do setor de hospedagem por trás do movimento. “Temos visto um padrão se repetindo em várias cidades, que são prefeitos e câmaras municipais sendo pressionadas por setores da hotelaria para aumentar a arrecadação tributária em cima da atividade de aluguel por temporada”, afirma Henrique Índio do Brasil, diretor tributário do Airbnb para América Latina e Canadá, para o jornal Folha de S. Paulo.

Disputa jurídica divide prefeituras e plataformas

As prefeituras que seguem por este caminho enquadram o aluguel por temporada como serviço de hospedagem para cobrar o imposto municipal. As plataformas discordam, argumentando que a atividade constitui contrato de aluguel conforme o Código Civil, não prestação de serviço.

Atualmente, empresas como o Airbnb pagam ISS sobre comissões de intermediação. O tributo fica com São Paulo, onde está a sede. O que os outros municípios querem é mudar essa lógica, ao tributar o valor da locação que fica com o proprietário.

A renda do anfitrião pessoa física está sujeita apenas ao Imposto de Renda, que pode chegar a 27,5%. A alíquota do ISS varia conforme o local, sendo 5% na maioria dos grandes municípios.

Petrópolis avança no Judiciário

O caso de Petrópolis é o mais avançado juridicamente. Em julho, a 8ª Câmara de Direito Público do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) determinou a responsabilidade do Airbnb em reter e repassar ISS sobre hospedagens ao município.

Já a cidade de Salvador sancionou uma lei em outubro citando a decisão do TJ-RJ. A prefeitura justifica a cobrança para “corrigir distorção e assegurar concorrência com meios de hospedagem tradicionais”.

“Não há decisão definitiva nem para um lado nem para o outro”, afirma Henrique Índio do Brasil, representantes do Airbnb. A empresa diz que a retenção não está sendo feita devido a recurso pendente. Ele argumenta que existe uma clara distinção jurídica entre o que é serviço e o que é aluguel, tanto na lei quanto na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Autor(a): Marcela Guimarães/ Fonte: Portas

Related posts

MS estabelece limites para corte de água e luz em caso de atraso

MS terá calor e risco de tempestades

Bons motoristas terão CNH renovadas automaticamente; entenda decisão