Polícia Federal e Polícia Paraguaia juntas contra o crime

Recentemente, vi com bons olhos a assinatura de um acordo de cooperação entre a nossa Polícia Federal e a Polícia Nacional do Paraguai. A ideia é unir forças no combate ao crime organizado — algo essencial para quem vive nas regiões de fronteira.

Quando estive à frente do 6º Batalhão da PM em Corumbá, cidade que faz divisa com a Bolívia, criamos a Comissão de Segurança na Fronteira Brasil-Bolívia. Esse tipo de iniciativa mostra como a integração entre os países vizinhos pode fazer a diferença, não só na segurança, mas também nas áreas comercial, cultural e no fortalecimento das relações entre fronteiras.

Temos exemplos concretos disso, como o Tratado de Roboré, que é um acordo bilateral com a Bolívia, e a criação do MERCOSUL, que fortalece o comércio entre os países da América do Sul.

A UFMS – Campus Pantanal oferece o Mestrado em Assuntos Fronteiriços, contribuindo com pesquisa e conhecimento. E no dia a dia, quem faz a diferença no combate ao crime é o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), referência aqui no Mato Grosso do Sul.

No campo da cultura, Corumbá se destaca ao sediar todo ano o Festival América do Sul, que reúne diversos países e reforça nossos laços com os vizinhos.

Temos ainda uma parceria muito positiva entre a PM de MS e a polícia paraguaia por meio do PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), levando ações de prevenção ao uso de drogas também para o lado paraguaio. Um ótimo exemplo de cooperação que dá certo.

Ou seja, temos vínculos históricos e culturais fortes com o Paraguai e a Bolívia.

Mas os desafios são grandes. Além do tráfico de drogas e armas — que são os crimes mais violentos na região de fronteira —, enfrentamos também o contrabando de cigarros. Esse tipo de crime, além de enfraquecer a segurança, prejudica a arrecadação de impostos e, muitas vezes, corrompe o próprio sistema público. Aqui, a diplomacia tem um papel importante para ajudar a resolver esse problema.

Não podemos esquecer que defender a soberania e proteger o nosso patrimônio são objetivos fundamentais do país.

Por isso, tirar do papel um tratado específico sobre a Rota Bioceânica é urgente. Essa rota vai mudar o cenário geopolítico da região e abrir novas oportunidades de desenvolvimento.

No fim das contas, o que faz a diferença é a união de esforços. Precisamos de vontade política, respeito às diferenças, apoio da sociedade e trabalho conjunto entre os órgãos de segurança. Também é fundamental garantir boas condições de trabalho para os servidores que atuam na linha de frente da fronteira, como a Polícia Federal e a Receita Federal, além de políticas de valorização para esses profissionais.

Com trabalho sério, dedicação e parceria, os resultados vêm.

Fonte;Campo grande News

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