A Petrobras vai retomar sua atuação na distribuição de gás de cozinha, quase seis anos após a privatização da Liquigás. A decisão foi aprovada pelo Conselho de Administração da estatal e anunciada por meio de fato relevante divulgado na noite desta quinta-feira (7). A medida marca o retorno da companhia ao mercado de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), setor que havia deixado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Sem detalhar o formato da nova operação, a Petrobras informou que a decisão faz parte da estratégia de “atuar na distribuição de GLP” e que a área será integrada aos demais negócios da companhia no Brasil e no exterior. Além disso, a estatal sinalizou que pretende oferecer soluções de baixo carbono aos clientes nesse segmento.
Com isso, a Petrobras pode voltar a vender gás de cozinha diretamente ao consumidor, prática que não ocorre desde 2020, quando a Liquigás foi vendida por aproximadamente R$ 4 bilhões a um consórcio formado pelas empresas Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.
Contexto da privatização
Antes da venda, a Liquigás era uma subsidiária integral da Petrobras, responsável pelo engarrafamento, distribuição e comercialização do GLP em todo o território nacional. A operação foi concluída no governo Bolsonaro como parte do programa de desinvestimentos da estatal, que também incluiu a venda do controle da BR Distribuidora – atual Vibra.
A saída da Petrobras do setor de gás foi criticada por diversos setores, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em maio deste ano, durante um evento em Mato Grosso, Lula reclamou da alta no preço do botijão e criticou a concentração do mercado. “O botijão de gás é vendido pela Petrobras às empresas por R$ 37. Não tem explicação ele chegar a R$ 120 reais. Alguém está ganhando muito dinheiro com isso. Hoje, quatro empresas controlam 90% da distribuição de gás”, disse o presidente, ao defender o papel regulador do Estado.
Novo posicionamento estratégico
Com a decisão de retomar a distribuição, a Petrobras reforça sua diretriz de integração vertical e presença em áreas estratégicas de abastecimento. A volta ao mercado de gás de cozinha também dialoga com a agenda social do governo federal, ao buscar reduzir distorções de preço e ampliar o acesso ao produto para a população.
Ainda não há detalhes operacionais ou cronograma divulgado para a implementação da nova distribuidora.
Fonte:EFMS