Observe o céu: chuva de meteoros mais intensa do ano será vista em MS

Um verdadeiro espetáculo celeste poderá ser visto no céu de Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (12). As Geminidas fazem referência à constelação de Gêmeos e protagonizam a mais intensa chuva de meteoros do mundo. O auge será na noite de sábado (13) para domingo (14).

O Observatório Nacional explica que adota “as Geminidas” porque “estrelas cadentes” são o termo popular para “meteoros”. O Doutor Gabriel Hickel, professor da Unifei (Universidade Federal de Itajubá), complementa: “Há também quem prefira ‘geminídeos’, porque o aportuguesamento do latim permite as duas formas (‘idas’ e ‘ídeos’). No fundo, todos estão certos”.

Em Mato Grosso do Sul, a previsão é de cerca de 51 meteoros por hora. Contudo, as condições meteorológicas podem atrapalhar a observação dos amantes de astronomia, pois há previsão de chuva na noite desta sexta-feira.

Conforme o professor, o melhor horário de observação das Geminidas será entre 22h e o alvorecer. “Será preciso estar atento para evitar a Lua, pois o brilho atrapalha a observação dos meteoros menos brilhantes, justamente os mais numerosos”.

Horários de maior pico de meteoros

Apesar de as Geminidas apresentarem um percentual de 30% de meteoros brilhantes, a Lua — que passará de minguante para nova — atrapalhará a observação dos mais fracos, sobretudo na segunda metade da noite.

Até o sábado, a dica é observar as Geminidas entre 22h30 e 0h, pois a Lua ainda estará abaixo ou próxima ao horizonte. Nas noites de 14 e 15, o melhor horário é entre 22h20 e 2h.

O professor destaca que o pico da chuva está previsto para ocorrer na noite de 13 para 14 de dezembro, centrado no horário das 5h de domingo. Neste ano, quem terá a melhor visão no mundo será a parte leste da América do Norte e o Caribe.

Entretanto, o pico máximo dessa chuva é bastante largo, com quase 12h de duração, de modo que valerá a pena acompanhar, pelo menos, nas noites anterior e posterior.

Melhores noites e horários para a observação das Geminidas:

(Fonte: Observatório Nacional)

Dicas de observação

Caso as condições meteorológicas sejam favoráveis — por exemplo, com poucas nuvens —, será possível observar as Geminidas a olho nu, sem a necessidade de equipamentos.

Não há uma região específica do céu a olhar, mas o observador terá melhor aproveitamento se mantiver o olhar fixo nas populares Três Marias, deixando a visão periférica trabalhar.

O ideal é procurar um lugar o mais escuro possível, longe da poluição luminosa das grandes cidades, com o horizonte livre (sem edificações, árvores ou morros próximos), e deitar-se em uma cadeira de praia para ver o máximo de céu que conseguir.

É preciso evitar a incidência direta da luz da Lua nos olhos, pois isso ofusca a visão. Não é proibitivo observar com a Lua acima do horizonte, mas, nesse caso, deve-se tirá-la do campo de visão, virando-se para o lado oposto ou cobrindo-a com um anteparo.

Orientações do professor:

• tenha paciência;
• aguarde 15 minutos para os olhos se acostumarem com a escuridão;
• observe por pelo menos uma hora para ver um número razoável de meteoros;
• não espere um show pirotécnico.

O que são as Geminidas?

De modo geral, as “chuvas” de meteoros são provocadas por fragmentos de cometas que ficam ao longo de suas órbitas. Quando esses corpos são aquecidos ao passarem próximos do Sol, parte de seu material se volatiliza, deixando uma esteira de detritos. Assim, quando a Terra cruza essa trilha, muitos fragmentos entram ao mesmo tempo, na atmosfera, parecendo vir de um mesmo ponto do céu — o chamado “radiante”. No entanto, este não é exatamente o caso dos meteoros Geminidas.

Eles são partículas (grãos de poeira e pequenas pedrinhas) que advêm de um “asteroide”, o 3200 Faetonte, que, misteriosamente, deixa uma esteira de material ao longo de sua órbita. Diferentemente dos cometas, asteroides são formados principalmente de rochas silicatadas, com variações de conteúdos metálicos e de compostos com carbono, dependendo do tipo.

Fonte;MM