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Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Conservação da Natureza, Festival de Cinema sul-americano traz alertas urgentes e atos de resistência

de Redação Bonitonet
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É na cidade que foi eleita 18 vezes Melhor Destino de Ecoturismo do Brasil e, recentemente, tornou-se o primeiro destino de ecoturismo do mundo a ser considerado Carbono Neutro pela ONU Meio Ambiental, que seis longas e outros seis curtas vão concorrer aos primeiros lugares de melhor filme pela Mostra Ambiental durante a 3ª. Edição do Festival de Cinema Bonito – CineSur.

Ao todo, a curadoria recebeu 47 filmes para concorrerem a essa categoria. A aderência prova a relevância do tema, atual e necessária. Neste 28 de julho, data em quem se comemora o Dia Mundial da Conservação da Natureza, a Mostra Ambiental é a oportunidade de discutir uma temática que nos coloca diante de desafios que chamam nossa atenção. “A Mostra tem filmes de países sul-americanos que também fazem a relação com as questões ambientais, da organização das comunidades em prol dos seus direitos, nos seus territórios, defendendo o ambiente”, conta uma das organizadoras do Festival, Andrea Freire. “Tem filmes que, de tão impactantes, parecem ficção, mas são realidade. E esse é o legado da mostra: a qualidade dos filmes e percebermos como o cinema está falando de meio ambiente, trazendo a discussão para nosso meio”.

Para ela, a importância da amostra ambiental também se dá por falar de cinema em um lugar como Bonito, que já recebeu – também títulos como Melhor Destino de Turismo Responsável do Mundo e de Sustentabilidade Ambiental. “A Mostra ambiental nos coloca diante dos temas que devem chamar nossa atenção, mostrando também situações antagônicas de reação da natureza à intervenção humana. Especialmente temos o filme Sinfonia da Sobrevivência, que é um filme que fala aqui do nosso Pantanal. Esse é um filme que já circulou vários festivais; é um filme premiado e que todos os Sul-mato-grossenses deveriam ver para entender a dimensão do que é um incêndio no Pantanal e como são tratados os bastidores da burocracia e do envolvimento do próprio Estado em relação às queimadas.”

A curadora da Mostra Ambiental, Elis Regina, explica que a seleção dos filmes foi guiada por critérios que valorizam a relevância artística, a diversidade de perspectivas e o compromisso com questões ambientais. As produções abordam temas como a exploração de petróleo na Amazônia, crises hídricas e a contaminação da água, além dos graves efeitos do uso de agrotóxicos, que já provocaram tragédias que afetaram muitas crianças. Retratam, ainda, a seca e os incêndios que devastam biomas como o Pantanal, bem como os desastres causados por enchentes, como a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul.

Em contrapartida, há filmes que evidenciam a força e sabedoria dos povos originários, cuja conexão ancestral com a terra e a água apontam caminhos possíveis de resistência, cura e reconexão. Suas vivências nos convidam a repensar nossa relação com o meio ambiente, não como um recurso a ser explorado, mas como um ser vivo do qual somos parte inseparável. O Festival busca, assim, provocar reflexão e inspirar novas formas de pensar o futuro do planeta a partir do olhar sul-americano”, opina Elis. “Este ano, apresentamos uma seleção impactante e potente de filmes, que vão além do papel de simples registros ou denúncias. Essas obras se erguem como alertas urgentes e atos de resistência diante de um contexto moldado por decisões políticas, econômicas e modelos de desenvolvimento que ameaçam a continuidade da vida.”

Debates e reflexões – Um dos destaques da edição é o Cine Debate que promove bate-papo e reflexões dos participantes do Festival com equipe de produtores, cineastas e atores dos filmes que estão sendo exibidos. Crítico, pesquisador do cinema e um dos curadores, Rodrigo Fonseca, reforça que uma das maiores carências que o Brasil tem quando se pensa o cinema como uma instância de transformação social é a conexão com nossos hermanos latino-americanos, pois há uma carência de ver em tela grande a produção realizada aqui. “O que esse festiva propõe é conectar, a partir de cicatrizes comuns, provocar uma concatenação de poéticas e de angústias.”

Para o roteirista e diretor Marco Alterbeg, abordar essa temática ambiental é importante porque é uma oportunidade de mostrar o trabalho que afeta o nosso e outros países-irmãos. “O cinema pode contribuir para difundir esse alerta. O debate realizado contribui para a gente entender o retorno de quem assistiu, as questões que foram levantadas, as curiosidades. É enriquecedor essa troca, seja com o público, seja com os profissionais do cinema”.

Preocupação ambiental – A sustentabilidade também é realidade no Festival. Durante todos os dias do evento, haverá coleta seletiva. “Além disso, os banners e demais materiais serão entregues para empresa que faz reciclagem e outros aproveitamos. É importante lembrar que, desde a primeira edição, há um lema que acompanha toda nossa campanha e materiais de divulgação:  é bonito cuidar do ambiente que vivemos. Mais do que uma frase, é um chamado à conscientização que deve ser coletiva”, explica Andrea.

Sobre o Festival – O 3º. Festival de Cinema Sul-americano de Bonito está sendo realizado no Centro de Convenções da cidade até o próximo dia 02 de agosto. Com filmes de países como Brasil, Paraguai, Argentina, Peru, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Uruguai e Equador, a curadoria buscou dialogar entre as diferentes realidades existentes na América do Sul.

O BONITO CINESUR é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc, Emgea, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da Prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do Governo de Mato Grosso do Sul, além do apoio cultural da Energisa e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) .

A Mostra Ambiental do Bonito CineSur não é apenas um festival de cinema. É um convite à reflexão, à conscientização e à ação, posicionando Bonito como um epicentro de discussões sobre a preservação do nosso planeta.

Serviço:

As exibições dos filmes que concorrem à Mostra Ambiental estão sendo realizadas no auditório Kadiwéu, no Centro de Convenções de Bonito, de 26 a 30 de julho, sempre a partir das 17h30. A premiação será no dia 02 de agosto, a partir das 20 h.

Fonte:Neusa Pavão

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