O ator Mateus Solano entrou oficialmente na defesa do turismo regenerativo em Bonito ao aceitar o convite da Fundação Neotrópica do Brasil para apadrinhar o projeto da entidade. A parceria nasce após a visita do artista ao município, em novembro, quando ele testemunhou ameaças ambientais e decidiu usar sua visibilidade para alertar sobre a urgência de recuperar rios, florestas e ecossistemas do destino símbolo do ecoturismo brasileiro.
Durante a viagem, Solano relatou publicamente, em suas redes sociais, que “Bonito anda agonizando graças ao avanço da mineração e da agricultura industrial”. Em outro texto, afirmou que, apesar de ainda encantar os visitantes, o município “sangra por dentro” diante da degradação das águas e da fragmentação das matas. Nas publicações, ele marcou o Ministério do Meio Ambiente e a ministra Marina Silva, reforçando o alerta sobre os impactos que observou.
A preocupação do ator dialoga com a Neotrópica e com a mensagem da COP30, que afirma que o turismo sustentável não é mais suficiente: “O turismo do futuro precisa regenerar”.
Sustentável x Regenerativo – Segundo a Fundação, o turismo sustentável reduz impactos quando possível, tenta compensações, protege o mínimo para não colapsar e envolve a comunidade sempre que dá. Já o turismo regenerativo busca reverter danos reais, reconstruir áreas já comprometidas, fortalecer biomas e colocar a comunidade no centro das decisões. É, segundo a entidade, o único caminho capaz de garantir o futuro de Bonito.
Com 30 anos de atuação, a Neotrópica já realizou 60 projetos de conservação ambiental e está presente em mais de 30 municípios, com atuação nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
Suas frentes incluem educação ambiental, políticas públicas, mobilização social, restauração ecológica, pesquisas e monitoramento. Entre os projetos estão o Corredor da Biodiversidade Miranda–Serra da Bodoquena, a criação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, a Reserva Biológica Marechal Cândido Mariano Rondon e diversas RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural).
Para a Neotrópica, regenerar exige colaboração. A entidade afirma que, quando pessoas e organizações se unem, ampliam a proteção, dão visibilidade ao que realmente importa e têm coragem de expor problemas que muitos evitam dizer. A entrada de Mateus Solano na campanha busca fortalecer esse movimento e reforçar que o futuro de Bonito depende de ações que devolvam vida ao território, não apenas de iniciativas que tentem evitar danos.
Fone:Campo Grande News