Lua entra na lista de patrimônios em risco e ganha data oficial no calendário da ONU

A data de 20 de julho foi oficialmente instituída pela Assembleia Geral da ONU como o Dia Internacional da Lua, em alusão à chegada do ser humano à superfície lunar durante a missão Apollo 11, em 1969. A celebração foi estabelecida pela Resolução 76/76, aprovada em 2021, com o objetivo de fortalecer a cooperação internacional para o uso pacífico do espaço sideral.

Mais do que uma homenagem ao primeiro pouso tripulado no satélite natural da Terra, a data busca também valorizar os avanços científicos globais na exploração lunar e incentivar a conscientização sobre o papel da Lua na cultura, na ciência e no futuro da humanidade.

Um legado histórico e científico

A Lua sempre exerceu fascínio sobre a humanidade, sendo objeto de mitos, calendários e observações astronômicas ao longo dos séculos. No século XX, a corrida espacial elevou esse interesse a outro patamar, com missões não tripuladas e, posteriormente, a chegada de astronautas ao solo lunar.

Segundo a ONU, a data não serve apenas como lembrança dos feitos históricos, mas como um “testemunho anual de empreendimentos futuros”, diante do crescente avanço tecnológico que prevê a instalação de bases permanentes na Lua nos próximos anos.

Lua sob risco e necessidade de preservação

Em 2025, a Lua foi incluída pela primeira vez na lista Watch do World Monuments Fund, uma organização internacional que identifica locais patrimoniais em risco ao redor do mundo. A inclusão inédita de um corpo celeste tem como base o crescimento das atividades lunares sem protocolos claros de conservação.

O local de pouso da Apollo 11, onde ainda permanece a famosa pegada de Neil Armstrong, além de mais de 100 artefatos da missão, como câmeras, discos memoriais e equipamentos científicos, foi listado como patrimônio vulnerável. “É preciso reconhecer e preservar os artefatos que testemunham os primeiros passos da humanidade além da Terra — um momento decisivo em nossa história compartilhada”, destacou Bénédicte de Montlaur, presidente do World Monuments Fund.

Segundo a entidade, os objetos históricos deixados na superfície lunar enfrentam riscos crescentes, com missões recentes e futuras sendo realizadas sem regulamentações internacionais específicas para proteção de locais históricos fora da Terra.

Lua é mais antiga do que se pensava

Estudos recentes publicados na revista Nature revelaram que a Lua pode ter se formado há cerca de 4,35 bilhões de anos, e não 200 milhões de anos após o surgimento do Sistema Solar, como se acreditava anteriormente. A pesquisa foi liderada por cientistas do Collège de France, Instituto Max Planck e Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Essa nova descoberta reforça o papel fundamental da Lua na compreensão da história do Sistema Solar e de seus processos geológicos, como as erupções vulcânicas que moldaram sua superfície ao longo de milhões de anos.

ONU e o espaço: princípios de paz e cooperação

Desde a década de 1960, a ONU atua ativamente para assegurar que a exploração espacial ocorra de forma pacífica. Em 1967, entrou em vigor o Tratado do Espaço Exterior, considerado a base legal para as atividades espaciais modernas. Ele proíbe, por exemplo, o uso militar da Lua e garante que o espaço seja acessível a todos os países.

O órgão das Nações Unidas que cuida do tema é o UNOOSA (Escritório para Assuntos do Espaço Exterior), responsável também por coordenar registros de objetos espaciais e promover a cooperação científica entre as nações.

Um convite ao futuro

O Dia Internacional da Lua, celebrado todo 20 de julho, convida a humanidade a olhar para o céu com respeito ao passado, mas também com responsabilidade para com o futuro. Em tempos de novas missões, corridas tecnológicas e sonhos de habitação lunar, cresce o debate sobre como utilizar esse território de maneira sustentável, inclusiva e pacífica.

Fonte;EFMS

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