O turismo de experiência já é o responsável por aproximadamente 60% do faturamento dos pequenos negócios da indústria do turismo no Brasil. É o que aponta uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do TRVL LAB, laboratório de inteligência de mercado em viagens.
Segundo o levantamento, as experiências vivenciadas em uma viagem são a maior motivação de praticamente 9 em cada 10 turistas brasileiros.
O contato com a natureza e o ecoturismo estão entre os maiores interesses desse público (57%) e quase 70% buscam por momentos de relaxamento.
Segundo a analista de Competitividade do Sebrae, Germana Magalhães, o Brasil tem muito a ganhar com o fortalecimento desse perfil do turista nacional e estrangeiro. Ela destaca que o levantamento do Sebrae mostra que o brasileiro está sintonizado com o comportamento do mercado global, que tem registrado um crescimento expressivo do turismo de experiência.
“Motivado principalmente pelo impacto do período de isolamento social gerado pela pandemia, o ato de viajar se fortaleceu como uma atividade exploratória, com foco em experiências para se aproveitar o melhor de cada lugar. Essa atitude tornou-se fator determinante para a escolha, inclusive, dos destinos”, afirma a analista de Competitividade do Sebrae, Germana Magalhães.
“Além de termos um país rico e diverso, que oferece atrativos que vão da floresta Amazônica às praias, do Pantanal às serras gaúchas, temos também um povo com uma cultura única”, acrescenta a especialista.
Dados do Sebrae mostram que o ecoturismo já é ofertado em 66% das empresas dessa indústria e que a busca pelo turismo de experiência vem crescendo na ordem de 30% ao ano.
A força do pequeno negócio
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, lembra que a indústria do turismo é uma das atividades econômicas que mais contribuem para a descentralização de renda, porque envolve uma ampla cadeia de setores e profissionais, criando oportunidades em diversas áreas e localidades.
Desde grandes redes de hotelaria, empresas de transporte, até restaurantes e comércios locais, o turismo gera empregos e renda em regiões que, muitas vezes, dependem dessa atividade como principal fonte de recursos.
“Ao atrair visitantes, o turismo dinamiza a economia de cidades e regiões, incentivando o crescimento de negócios e proporcionando a criação de empregos diretos e indiretos. Além disso, o turismo beneficia de forma significativa profissionais autônomos, como guias turísticos, artesãos, vendedores de produtos locais e prestadores de serviços, que encontram no fluxo de turistas uma clientela diversificada e em constante renovação”, explica Lima.
Para o Sebrae, o turismo de aventura ou turismo de experiência potencializa ainda mais essa descentralização de renda, ao atrair um perfil de viajante disposto a explorar locais menos convencionais, como áreas rurais, montanhas, florestas e pequenas comunidades.
“Esse tipo de turismo valoriza o contato com a natureza, a cultura local e as tradições, criando oportunidades para o desenvolvimento sustentável das pequenas localidades. Ao incentivar o consumo de serviços e produtos autênticos e locais, essa modalidade de turismo fortalece economias regionais, diversifica as atividades econômicas e gera impacto positivo na renda e na infraestrutura das regiões visitadas, contribuindo para o crescimento do país de forma mais equilibrada e inclusiva”, conclui Décio Lima.
Destinos Turísticos Inteligentes
O Sebrae desenvolve o Programa Turismo Futuro Brasil em 12 municípios brasileiros, por meio de uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
As cidades de Belo Horizonte (MG), Pirenópolis (GO), Novo Airão (AM), São Luís (MA), Belém (PA), Bombinhas (SC), Bonito (MS), Ilhabela (SP), Paraty (RJ), Curitiba (PR), Recife (PE) e Penedo (AL) são alvo dessa iniciativa, que tem como objetivo fomentar as diretrizes do Destino Turístico Inteligente (DTI), como acessibilidade, sustentabilidade, inovação, tecnologia, criatividade, entre outros.
As cidades selecionadas estão recebendo o apoio de uma consultoria externa que, em parceria com representantes dos setores público e privado e do terceiro setor desses municípios, está desenhando ou atualizando estratégias de desenvolvimento turístico.
Como parte da iniciativa estão sendo construídos planos operacionais para colocar essas estratégias em prática, priorizando as ações para cada etapa. Além disso, as ações mais relevantes contarão com o apoio na fase de implementação.
Todo o trabalho será uma construção conjunta com as cidades, para que as ações de fato atendam às diferentes realidades locais e tenham continuidade ao longo do tempo.
Conheça algumas das boas práticas de turismo de experiência no País:
São Luís (MA)
A introdução de audioguias nos atrativos turísticos Museu da Gastronomia Maranhense e do Mirante da Cidade proporciona aos visitantes uma experiência enriquecedora, permitindo-lhes explorar as histórias e contextos desses locais. Essa inovação amplia a acessibilidade, atendendo a diversos públicos, e destaca o compromisso com a democratização da cultura e do patrimônio.
Bombinhas (SC):
A cidade conquistou o prêmio ambiental Bandeira Azul, que é concedido para praias que atendem critérios de qualidade da água, educação ambiental, segurança e gestão ambiental. Esse reconhecimento garante praias limpas, seguras e com infraestrutura adequada para o turismo sustentável.
Bonito (MS):
Curitiba (PR):
O projeto Curta Curitiba na Palma da Mão torna a cidade acessível para pessoas com deficiência visual, oferecendo miniaturas táteis dos principais pontos turísticos e informações em áudio. A iniciativa está disponível para guias turísticos e pessoas com deficiência. Os kits podem ser solicitados on-line ou retirados nos locais designados, incluindo miniaturas e informações.
Mais números da pesquisa do Sebrae sobre o Turismo de Experiência:
- 42% viajam com companheiro e filhos;
- 86% dizem que as experiências são o aspecto mais importante da viagem;
- 63% realizam passeios a pé pela cidade durante as suas viagens;
- 57% estão conectados com passeios pela natureza ou de ecoturismo;
- 67% querem vivenciar momentos de relaxamento;
- 77% utilizam o Instagram como principal plataforma para descobrir a experiência pela primeira vez;
- 52% pesquisam por experiências ao mesmo tempo, em que buscam por voos ou hospedagem;
- 46% realizam a reserva ou compra das experiências ao mesmo tempo, em que pesquisam por voos e /ou hospedagem;
- 56% utilizaram sites e aplicativos de agências de viagens on-line para compra ou reserva de experiências;
- R$ 5 mil é a estimativa de gastos em experiência para 35% dos entrevistados;
- 70% utilizam o cartão de crédito ou débito como principal forma de pagamento.
Fonte: Sebrae Notícias