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Tempo quente e seco, o vilão da imunidade

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Inverno termina no próximo mês, mas os dias frios já se despediram de boa parte do estado. Durante os meses de calor intenso que estão por vir, atrelados à baixa umidade relativa do ar, é fundamental adotar cuidados específicos para preservar a saúde e o bem-estar. O clima seco pode desencadear uma série de problemas, desde desidratação até complicações respiratórias, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

A SRAG é uma complicação respiratória causada por vírus ou bactérias. A baixa imunidade gerada pelo calor associado ao tempo seco, pode ser um fator de risco para o surgimento de síndromes respiratórias, conforme explica a otorrinolaringologista Renata Medrado.

“Com o aumento da temperatura e com a umidade do ar muito baixa, é esperado um aumento de casos de infecções respiratórias, piora de quadros alérgicos, além de casos de sangramento nasal. Presença de espirros, tosse seca e congestão nasal são alguns dos sintomas mais comuns”, afirma.

Dados do último Boletim Epidemiológico de SRAG, divulgado em 23 de agosto pela Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES), apontam que o estado registrou 5.603 casos em 2024, com uma taxa de 8,4% de letalidade.

Os dados também apontam que, apesar de crianças de até 9 anos serem a maior parte dos casos (48,5%), idosos concentram a maior parte dos óbitos por SRAG. Na terceira idade, as taxas de letalidade ocorrem de forma progressiva: 14,9% em idosos de 60 a 69 anos, 22% em idosos entre 70 e 79 anos e 26,8% a partir dos 80 anos.

Crianças e idosos são mais propensos a desidratação e complicações por isso devem ter atenção redobrada. Pacientes com condições respiratórias crônicas, devem ficar mais atentos a essas condições climáticas pois pode ocasionar uma piora importante”, explica Renata Medrado.

“Alguns sinais de alerta para procurar atendimento médico são presença de febre, congestão nasal, tosse e qualquer sintoma que seja persistente. Além disso o sangramento nasal deve ser examinado por médico otorrinolaringologista”, completa.

A hidratação é a base para manter o corpo saudável em qualquer época do ano, mas torna-se ainda mais crucial durante o tempo quente e seco. A falta de umidade no ar aumenta a perda de água pelo corpo, exigindo uma reposição constante. Recomenda-se beber pelo menos 2 litros de água por dia, mesmo que não se sinta sede.

Alimentação saudável rica em frutas, verduras e alimentos não processados, além de uma ingestão de água adequada, são orientações cruciais para a imunidade. A reposição de vitaminas e suplementos deve ser orientada para cada caso, conforme a necessidade de cada paciente”, orienta Medrado.

O ar seco pode irritar as vias respiratórias, agravando problemas como rinite, asma e bronquite. Para amenizar esses sintomas, a médica faz algumas recomendações.

“A lavagem nasal com soro fisiológico 0,9% deve ser uma prática diária a ser realizada em todas idades para retirar alérgenos, vírus, secreções e para manter o funcionamento dos cílios da nossa mucosa nasal. Além disso, manter a via respiratória sempre hidratada, evita quadros de sangramento e ressecamento das vias aéreas. O uso de umidificadores de ar também é uma medida a ser tomada, porém precisamos nos atentar a limpeza, pois o uso contínuo pode favorecer o acumulo de fungos”.

Ainda de acordo com a especialista, além de afetar a saúde respiratória, o tempo seco tem impacto direto na higiene do sono.

“A qualidade do nosso sono depende diretamente de uma boa respiração, por isso todos os cuidados para alívio dos sintomas relacionados a baixa qualidade do ar devem ser tomados”, pontua.

 

Fonte:CE

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