Surpreendente e não surpreso. É assim que respondi quando algumas pessoas me indagaram sobre a apresentação do músico saxofonista da cidade de Dourados (MS), Sandro Nunes em sua participação com sua banda no Bonito Blues & Jazz Festival, na primeira noite voltada exclusivamente para a sonoridade do gênero incrível que é o jazz. Surpreendente sim, o trabalho musical que esse músico mostrou para aqueles que estiveram no Palco Pousada Quedas D’Água.
Ele e seus músicos transcenderam e exploraram cada nota que a técnica do jazz e seus improvisos. Surpreso não porque sei que o interior do Mato Grosso do Sul tem grandes instrumentistas. Em algumas músicas chegou a ser emocionante e cativante ouvir cada instrumento separadamente, soando assim gostosamente nos ouvidos. Pois o jazz é isso. O jazz é marcado por muita experimentação, misturas sonoras e improvisação. E esses douradenses demonstraram que podem tranquilamente participar de grandes festivais do gênero em qualquer canto do Brasil e por esse mundo a fora.
Exagero? Absolutamente não! Além de tudo, existe maior desafio para esses “caras” levar esse ritmo que nasceu nos Estados Unidos, mais precisamente na região de Nova Orleans no final do século XIX, tendo como berço a cultura afro-americana que possui ritmo não linear, em terras onde ainda infelizmente predomina do dito “sertanejo universitário ?. É de aplaudir e tecer todos os elogios possíveis. São músicos verdadeiros, estudiosos e capazes de transformar pequenos instantes em sonhos sonoros. Sandro Nunes e seus músicos deram uma verdadeira aula de musicalidade! Merecem mais espaços. O que é bom para os ouvidos é bom para a alma ! Representaram o jazz como deve ser representado: liberdade, criatividade, improviso, ritmos não lineares, sonoridade dançante e improviso.
Fonte: Alex Fraga Fotos: Silas Ismael
