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Estudo revela crescimento alarmante no consumo de cigarros eletrônicos

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Atualmente, uma tendência preocupante tem ganhado espaço entre os jovens: o uso de cigarros eletrônicos. O que a maioria não percebe é que esses dispositivos, apesar dos diferentes cheiros e aromas, também são derivados do tabaco.

Por essa razão, os cigarros eletrônicos causam a inalação de monóxido de carbono, alcatrão e outras substâncias prejudiciais ao organismo.

Outra consequência é a dependência química, desencadeada pela presença de nicotina – substância presente não apenas nos cigarros convencionais, mas também nos dispositivos eletrônicos. O resultado disso tudo só pode ser o vício.

De acordo com a pesquisa divulgada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), que analisou dados de 2018 a 2023 com pessoas de 18 a 54 anos, Mato Grosso do Sul é a segunda unidade da Federação com o maior número de usuários de cigarro eletrônico, com 4% da população analisada (aproximadamente 31 mil pessoas) consumindo o produto, atrás apenas do Paraná, com 4,5%.

Em 2018, o Estado tinha apenas 0,7% de consumidores, entretanto, como todo o País, passou por um aumento gradual até chegar aos 4% registrados no ano passado.

Nacionalmente, o número de consumidores aumentou em 600% nesses últimos seis anos. Até então, o Brasil tinha apenas 0,3% de incidência, saltando para 1,8% no ano passado.

Em números brutos, o País tinha 499 mil usuários em 2018 e agora tem pouco mais de 2,9 milhões. Na faixa etária, os jovens adultos de 18 a 24 anos são o destaque, com 6,1% do total. Logo atrás vem pessoas de 25 a 34 anos (3,4%), de 35 a 44 anos (1,3%) e de 45 a 54 anos (0,7%).

MALEFÍCIOS

Além do possível vício, existe também risco àqueles que utilizam principalmente os vapes (vaporizadores, um tipo de cigarro eletrônico): esse grupo é mais predisposto a desenvolver diversos tipos de câncer – principalmente de pulmão, esôfago, estômago e bexiga –, doenças pulmonares como enfisema e doenças cardiovasculares.

As partículas do cigarro eletrônico, por serem mais finas do que os tradicionais, podem alcançar estruturas orgânicas mais profundas nos pulmões, como os alvéolos.

Caso isso aconteça, há o risco delas caírem na circulação sistêmica, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Se o problema não for tratado a tempo, poderá levar a óbito.

Quando utilizado por muitos anos, o usuário de cigarro eletrônico pode ficar predisposto a desenvolver enfisema pulmonar.

Essa doença degenerativa crônica causa falta de ar progressiva, geralmente associada ao esforço, em conjunto à tosse (na maioria das vezes contendo fluido ou muco nas vias aéreas), aos chiados no peito, à dor de cabeça (no caso de pessoas com hipoxemia, que têm baixa oxigenação do sangue) e às infecções respiratórias de repetição.

Existe ainda a chance de desenvolverem a doença pulmonar conhecida como Evali, sigla do inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping (vaporizadores).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os sintomas principais da Evali incluem tosse, dor no peito e dificuldade para respirar, acompanhados de dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso.

MAS COMO PARAR?

Segundo o Ministério da Saúde, em virtude da novidade do produto no mercado, ainda não há garantias de que abandonar o cigarro eletrônico exija seguir os mesmos passos do cigarro tradicional.

No entanto, a Pasta recomenda que os interessados em parar de fumar cigarros eletrônicos – ou até mesmo os tradicionais – busquem os serviços disponíveis para auxiliar nesse processo.

Isso inclui a possibilidade de acompanhamento psicológico, se necessário, para compreender as razões por trás do mal hábito.

É fundamental durante esse suporte identificar os malefícios associados ao uso do cigarro eletrônico, pois, apesar da ideia inicial de que esses produtos seriam menos prejudiciais e até mesmo ajudariam no tratamento do tabagismo, a realidade prática se mostra bem diferente.

Estudos indicam que esses produtos são igualmente nocivos aos cigarros convencionais e não apresentam eficácia comprovada na cessação do tabagismo. Dessa forma, especialistas ressaltam que parar de fumar implica zerar o consumo de nicotina e seus derivados.

TRATAMENTO VIA SUS

Empenhado em reduzir o número de fumantes e o consumo de tabaco, o Ministério da Saúde conta com campanhas essenciais, como o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). Essa ação oferece tratamento completo e gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) para aqueles que desejam abandonar o hábito de fumar.

Para saber se você pode acessar esse tratamento em seu município, basta entrar em contato com a coordenação voltada ao controle de tabagismo de seu município, vinculada à secretaria da Saúde.

Você também pode obter informações adicionais procurando a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. O Caderno B quer promover uma vida mais saudável para todos.

PROIBIÇÃO

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe desde 2009 qualquer tipo de venda, importação e propaganda dos chamados dispositivos eletrônicos para fumar – os cigarros eletrônicos.

Inclusive, nos últimos dois meses, o Ministério da Justiça intensificou o cerco ao produto, multando lojas e apreendendo milhares de unidades dos tais vapes.

Além do aumento no número de usuários sul mato-grossenses, o Estado também é destaque nas apreensões do produto. No ano passado, foram 363.911 registros de cigarros confiscados em MS.

No Brasil, houve um aumento de 25% nos confiscos desse tipo de produto em apenas um ano (entre 2022 e 2023). Em todo o País, foram 1.094.622 unidades apreendidas em 2022, contra 1.367.719 no ano passado.

SAIBA – Tabagismo é a causa de 80% dos casos de câncer no pulmão

Um levantamento nacional da Fundação do Câncer mostra que o tabagismo é responsável por cerca de 85% dos óbitos por câncer de pulmão entre homens e aproximadamente 80% das mortes pela mesma enfermidade entre mulheres.

Segundo o relatório “Câncer de Pulmão no Brasil: Por dentro dos números”, fumar é o principal fator de risco para essa neoplasia.

O documento indica que a maior parte dos pacientes com câncer de pulmão é fumante ou ex-fumante, o que representa 86% dos casos masculinos e 72% dos femininos.

 

Fonte:CE

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