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Em 1941, foram necessários 22 dias de chuva em Porto Alegre para que o nível do Guaíba atingisse 4,76m.
Em 2024, foram necessários APENAS 4 DIAS para que o nível do Guaíba ultrapassasse 5m altura (aliado ao mal funcionamento das comportas e bombas pelo poder público)
Isso tudo tbm é fruto das mudanças climáticas, responsáveis por intensificar e reduzir o intervalo entre esses fenômenos (em setembro de 2023 o Guaíba chegou a 3,18cm e em novembro, 3,46cm).
Em 1941, demorou 35 dias para que a água fosse escoada, agora, esse prazo pode ser levemente menor (veremos).
Antigamente, a água da enchente era mais cristalina do que a água lamacenta de 2024. Isso prq na época, havia menos atividade industrial, menos agrotóxicos nas lavouras e mais mata ciliares em torno dos principais rios que desaguam em Porto Alegre, que servem como filtros para reter impurezas das águas.
Embora “limpa” na aparência, após a enchente 1941 a cidade ficou repleta de casos de leptospirose – um dos maiores surtos da doença na América Latina.
Foi daí que veio a expressão “abobado da enchente” que se referira às pessoas que perderam tudo nas chuvas e ficaram afetados mentalmente devido à doença.
Infelizmente, a enchente de 2024 está sendo mais mortal que de 1941: na época, cerca de 25% dos habitantes da capital ficaram desabrigados (70 mil de 272 mil) e 28 morreram.
Já em 2024, mais de 12% da população desabrigada (157 mil de 1,3 milhão) e mais mortes até agora.
Se a Região Metropolitana for considerada, o número é ainda maior: em Canoas, São Leopoldo, e Eldorado os números foram alarmantes.
Curiosamente, as enchentes de 1941 e 2024 ocorreram nos mesmos dias do mês de abril e maio – algo frequente durante o fenômeno do El Niño e nas trocas de estações.
Porém, a capital é mais suscetível a enchentes entre os meses de setembro-novembro. Por isso, é possível que um desastre até maior se repita no 2º semestre do ano.
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Post original por @geopizza com texto e fotos antigas colorizadas por zottes
