A Expodireto Cotrijal, feira agrícola realizada em Não-Me-Toque (RS), anunciou nesta sexta-feira (8) ter gerado R$ 7,92 bilhões em negócios encaminhados, faturamento recorde no evento, que está em sua 23ª edição.
O volume representa 8,49% de crescimento em relação aos R$ 7,3 bilhões (atualizados pela inflação) comercializados na edição do ano passado e confirma o otimismo que tem atingido o setor de feiras agrícolas neste ano. Em valores nominais, a alta é de 12,48%, em comparação com os R$ 7,04 bilhões de 2023.
Em que pesem os problemas climáticos –como a estiagem no Sul– e a cautela adotada pelo setor industrial, que projeta queda nas vendas, as duas grandes feiras já realizadas no país neste ano mostram números em alta no campo.
A Show Rural Coopavel, realizada em fevereiro em Cascavel (PR), gerou R$ 6,1 bilhões em intenções de negócios neste ano, ante os R$ 5 bilhões da edição anterior (R$ 5,23 bilhões, corrigidos pela inflação). Em cinco dias, 391 mil pessoas passaram pela feira.
A feira na cidade gaúcha teve início na última segunda-feira (4) com 577 expositores e reuniu em cinco dias 377,6 mil visitantes, 17,82% mais que os 320,5 mil do ano passado, segundo o anúncio feito pelo presidente da Cotrijal, Nei César Manica.
De acordo com ele, com os números da edição deste ano, a organização está pensando na ampliação do parque para a edição de 2025. A área atual é de 131 hectares (183,5 campos de futebol), 33 hectares a mais que as últimas três edições.
“Dizíamos [antes da feira] que o público seria maior, em virtude até da inovação, da tecnologia, das moiblizações e que os negócios seriam uma questão momentânea, de alguns fatores que poderiam interferir na comercialização”, disse Manica
Como exemplo, ele citou a feira do ano passado, que vinha de duas frustrações de safra, mas com preços bons dos produtos e boa produção no campo. “Neste ano, o Rio Grande do Sul vai ter uma safra muito boa de soja”, citou, ao justificar o cenário positivo para as vendas.
Do total de intenções de negócios –que dependerão de confirmação–, R$ 7,1 bilhões foram movimentados pelos bancos presentes à feira agrícola, enquanto os negócios com recursos próprios atingiram R$ 500 milhões –redução, em valores nominais, de 12,28% em comparação com os R$ 570 milhões do ano passado.
O restante do faturamento foi registrado nos pavilhões internacional (R$ 226,6 milhões) e da agricultura familiar (R$ 3 milhões).
CAUTELA
A indústria de máquinas está cautelosa: a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) projeta vender 54,3 mil unidades de tratores e colheitadeiras em 2024, patamar abaixo do registrado nos dois últimos anos.
Depois de um recorde histórico em 2022, com 70.262 tratores e colheitadeiras comercializados, 2023 registrou 60.981 unidades, redução de 13,2%.
Para as próximas feiras agrícolas, porém, o otimismo segue: para a Show Safra, que acontecerá de 18 a 22 de março em Lucas do Rio Verde (MT), a rede hoteleira da cidade e da região está praticamente lotada.
Já a Tecnoshow Comigo, no início de abril em Rio Verde (GO), quer tentar manter os R$ 11,1 bilhões do ano passado (R$ 11,42 bilhões atualizados).
Principal feira de tecnologia agrícola do país, a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto, provocou a criação de um mini-hub da Azul no aeroporto Leite Lopes, com o anúncio de 66 voos extras entre o último dia 28 e 4 de maio ligando principalmente o Centro-Oeste à cidade.
Fonte:CE