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Na contramão do País, MS registra alta na valorização das terras agrícolas

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No ano passado, a combinação entre a supersafra de grãos, juros elevados e queda na cotação das commodities freou o ciclo de supervalorização do preço da terra para cultivo agrícola, iniciado em 2020, no País.

De acordo com o Estadão, no País, entre 2020 e 2022, a valorização das terras agrícolas foi de 59,9%, enquanto no ano passado houve uma freada e o aumento real nas terras usadas para cultivo foi de 3,2%.

Entretanto, algumas regiões foram na contramão e registraram forte crescimento, como é o caso de alguns municípios de Mato Grosso do Sul.

Os números constam de uma pesquisa da consultoria S&P Global Commodity Insights.

A maioria dos municípios com maiores valorizações de terras para grãos e pecuária está localizada nas regiões Centro-Oeste e Norte.

Em Mato Grosso do Sul, com relação às terras para cultivo de grãos, a maior valorização foi em Bonito, onde o preço do hectare de terra subiu 29% em um ano. É o único município do Estado que aparece no ranking das 10 que tiveram maior crescimento, sendo a sétima maior.

Também fazem parte da lista as cidades de Boa Vista (RR) – 31,2%, Chapadinha (MA) – 26,1%, São José do Xingu (MT) – 55,2%, Santana do Araguaia (PA) – 40,3%, Peixe (TO) – 34,9%, Porangatu (GO) – 25%, Nova Crixás (GO) 26,2%, Brasília (DF) – 36,5%, Cristalina (GO) – 38,7%.

Já quanto a valorização das terras de pastagem, no País, o avanço, em termos reais, foi 12,9%, sendo que o crescimento entre 2020 a 2022 havia sido de 42,7%.

Também na contramão, dois municípios de Mato Grosso do Sul figuram no ranking dos maiores crescimentos no preço do hectare de áreas de pastagens, sendo Caracol, com 49%, e Jardim, de 47%.

Completam a lista as cidades de Breves (PA) – 63%, Caxias (MA) – 59%, Palmeira dos Índios (AL) – 50%, Bom Jesus da Lapa (BA) – 49%, Montanha (ES) – 46%, Ecoporanga (ES) – 47%, Pirapora (MG) – 63% e Montes Claros (MG) – 56%.

Mato Grosso do Sul também figura entre os estados com terras mais caras do País em 2023.

O preço médio nominal, em reais por hectare de área para pastagem foi de R$ 20,1 mil no Estado no ano passado.

Já a terra para cultivo de grãos teve preço médio de R$ 60,7 mil.

Desvalorização

Conforme especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das principais explicações para a queda na valorização das terras é a rentabilidade da safra agrícola, que sofreu uma queda exatamente pela supersafra – que joga os preços para baixo.

No caso da soja, o principal produto do agronegócio brasileiro, a rentabilidade em 2022/2023 ficou próxima dos níveis históricos, mas inferior às duas safras anteriores. O milho também teve rentabilidade baixa.

Isso acabou pesando no preço das terras, de acordo com o relatório da consultoria, que pesquisou preços com a corretores e agentes de mercado em 133 regiões do País. Com perspectivas de menos ganhos, os produtores investem menos em terras, o que acaba derrubando os preços.

Na análise de especialistas, o comportamento modesto do mercado de terras no ano passado acabou sendo, na verdade, uma volta aos patamares históricos, isto é, de uma valorização anual entre 3% e 6%.

Quanto as terras para agricultura, elas valem mais do que as de pastagem e, portanto, têm menos margem para valorização.

Além disso, nos últimos tempos vem ocorrendo um movimento de conversão de pastagens degradas para terras destinadas à agricultura. E isso, segundo especialistas, teria impulsionado o preço das pastagens, embora a cotação da arroba esteja muito distante do pico atingido no passado recente.

 

Fonte:CE

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