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Motociclista de Campo Grande roda quatro mil quilômetros em três estados brasileiros

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O publicitário campo-grandense Alexandre Espinosa, de 57 anos, descobriu sua paixão por aventuras em motocicleta e, mesmo sendo relativamente novo no universo sobre duas rodas, resolveu realizar uma grande aventura em três estados brasileiros: percorrer sozinho, no melhor estilo “on the road”, uma rota de 4 mil quilômetros.

Ele começou suas viagens desde que comprou sua primeira motocicleta, quando começou a explorar municípios próximos à Capital, até poder partir para o Paraná, Santa Catarina e, depois, São Paulo.

“Minha primeira viagem foi para Corguinho, uma jornada de 103 km que, para mim, foi uma verdadeira aventura. Tomei café por lá e retornei. Depois, continuei viajando em grupos para cidades como Aquidauana, Sidrolândia e Morro do Paxixi, mas sempre sentia vontade de ir mais longe”, conta Espinosa.

Inspirado pela experiência em Bonito, decidiu embarcar em uma jornada mais desafiadora. “Assisti a vídeos no YouTube sobre viagens e decidi explorar as serras de Santa Catarina em dezembro de 2023”, afirma o publicitário.

PARANÁ

A preparação para essa grande aventura envolveu a aquisição de jaqueta, mochila, botas para chuva e outros equipamentos. “A ansiedade crescia à medida que a data se aproximava. Saí de Campo Grande no dia 22 de dezembro, com toda a bagagem preparada”, diz Espinosa.

O começo da jornada não foi sem desafios. “Enfrentei problemas logo no início. A mochila térmica que preparei insistia em cair da moto. Resolvi pendurá-la mesmo, mesmo que isso não estivesse nos meus planos”, comenta.

A incerteza também fez parte do percurso. “Ao chegar à divisa do Estado, em Bataguassu, questionei se estava fazendo a coisa certa. Até descer e subir da moto se tornou uma tarefa árdua”, lembra o publicitário.

A viagem atravessou diferentes estados, com “momentos memoráveis e desafios inesperados”. Em Maringá (PR), Espinosa agradeceu a Deus por ter chegado ao destino, após enfrentar obstáculos no caminho. “Um carro quase me atingiu, mas isso só aumentou minha determinação de seguir adiante”, relembra.

O percurso passou por diversas paisagens e experiências únicas. De Morretes a Matinhos, em território paranaense, o motociclista descreveu a beleza das serras até as praias tranquilas do Paraná. ]

Em Florianópolis (SC), além de explorar a cidade, teve dificuldades para encontrar o caminho de volta ao hotel, uma situação que só foi resolvida com a ajuda do GPS. “Eita cidadezinha de trânsito complicado”, protesta Espinosa, em tom de brincadeira.

SANTA CATARINA

“Saindo de Florianópolis, segui para a Serra do Rio do Rastro [SC]. Indescritível a sensação de estar nessa serra depois de assistir tantos vídeos no YouTube mostrando como fazer cada curva, apreciando a natureza.

Essa é a vantagem da motocicleta, tem-se a sensação de fazer parte do espetáculo que está à sua frente. Parei em um mirante no meio do caminho para colocar o adesivo que mandei fazer, uma prova de que o Spina esteve ali. Um casal, vendo que eu tinha chegado só, me perguntou de onde estava vindo”, relata Espinosa.

“Quando falei que era de Mato Grosso do Sul, fizeram um vídeo comigo para mostrar para seus familiares. A cada instante da viagem, com cada pessoa que conversava e dividia o entusiasmo que estava sentindo ao ver toda a natureza, sentia que fazia parte de uma família, a família da estrada. Foi indescritível perceber que havia alcançado Santa Catarina. Cada quilômetro percorrido me fez refletir sobre mim mesmo e sobre a minha jornada na vida. Sempre grato a Deus pela vida”, prossegue.

“Terminando de subir a Serra do Rio do Rastro [SC], segui para a cidade de Urubici, ponto turístico de viajantes do Brasil. Dormi em uma pousada e segui cedo para fazer a Serra do Corvo Branco [SC], onde, no alto desta serra, tem um corte na rocha de 90 metros de altura, feita pelo homem, e também um mirante no topo desta serra que foi feito de vidro. Sensação assustadora, pois é uma passarela de vidro em que você tem a sensação de estar flutuando no penhasco à sua frente”, conta o publicitário.

SÃO PAULO

“Segui para Capão Bonito [SP] para fazer a Serra da Serpente, uma estrada famosa pela quantidade de curvas existentes, 260 km de estrada e mais de 1.200 curvas, ficando horas curva sobre curva. Impressionante, cansativo, mas gratificante ter conquistado mais essa serra”, orgulha-se.

Os momentos de descontração também foram marcantes. “Em Capão Bonito, encontrei outros motociclistas com histórias fascinantes. A conexão entre nós é única. É como se fôssemos irmãos desconhecidos na estrada”, relata.

VONTADE DE CHÃO

Após nove dias na estrada e 3.800 km percorridos, Espinosa retornou a Campo Grande, já planejando novos destinos. “A saudade da estrada e das conexões feitas ao longo do caminho já me fazem planejar minha próxima viagem. Mal posso esperar para pegar a estrada novamente”, projeta o motociclista.

Com a determinação de quem aceita desafios, Alexandre Espinosa transformou uma simples viagem em uma jornada pessoal de superação e descobertas, mostrando que a estrada é um espaço de conexões e reflexões profundas, que, segundo seu testemunho, o aproximaram ainda mais de Deus.

 

Fonte:CE

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