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Para mais da metade dos brasileiros, acesso à cultura é a maior fonte de bem-estar

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A quarta edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú, em parceria com o Datafolha, mostra que a cultura é fonte de bem-estar para os brasileiros e está ajudando as pessoas a enfrentarem e prevenirem questões de saúde mental.

De acordo com a pesquisa, a cultura é apontada por 54% dos indivíduos como a atividade que mais proporciona bem-estar, seguida por outras atividades de lazer (parques, igrejas, praia e passeios), com 19%, e atividades físicas e esportivas, com 17% das respostas. Dos entrevistados, 3% mencionaram séries e novelas e 9% não souberam informar.

O levantamento, divulgado recentemente, ouviu 2.405 pessoas de 16 anos a 65 anos em todas as regiões do País, por meio de entrevistas presenciais e telefônicas, entre os dias 1º e 28 de setembro de 2023. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O índice de confiança da pesquisa é de 95%. Cada ponto porcentual representa 1,4 milhão de indivíduos.

CINEMA É O PREFERIDO

Dos 54% que veem bem-estar na cultura, 18% dizem que o cinema é a atividade preferida para se sentir bem, seguido por assistir a shows e festivais de música (15%) e ir ao teatro (12%). Ouvir música e dançar ficaram com 9% das menções e ir a museus somou 4%, mesmo índice para atividades genéricas de cultura. A leitura foi apontada por 3%.

Segundo a pesquisa Fundação Itaú/Datafolha, 61% concordaram plenamente que programas culturais reduzem o estresse, 58% disseram que melhoram o relacionamento em casa e 61% apontaram que diminui a sensação de tristeza. Já 57% informaram que atividades culturais melhoram a qualidade de vida, 61% indicaram diminuição da solidão e 50% disseram ajudar na melhora do relacionamento no trabalho.

MULHERES

De acordo com o levantamento, 42% dos entrevistados declararam ter tido algum problema de saúde mental nos últimos 12 meses e, destes, 63% procuraram algum tipo de tratamento.

Ainda segundo a pesquisa, as mulheres (53%) foram mais afetadas pelas questões de saúde mental e emocional que os homens (30%). A incidência foi maior também entre os indivíduos das classes D e E (51%) do que entre os entrevistados das classes A e B (33%).

A ocorrência também foi maior entre os indivíduos de 25 anos a 34 anos (53%), seguida pelos grupos de 16 anos a 24 anos e de 45 anos a 65 anos, ambos com 42%. O grupo de 35 anos a 44 anos apresentou 34% de incidência. Do total dos afetados, 55% estão sem trabalho.

CENTRO-OESTE

No recorte geográfico, 45% dos afetados vivem na região metropolitana do Rio de Janeiro, e 37%, na região metropolitana de São Paulo. Considerando por região, 50% são do Nordeste, 44% do Centro-Oeste – mesma porcentagem dos que vivem no Sul – e 40% do Sudeste. Apenas 24% dos indivíduos que vivem na região Norte apontaram o problema.

STREAMING

Mais brasileiros realizaram atividades culturais em 2023 no comparativo com o ano anterior – 96% dos entrevistados neste novo ciclo, contra 89% em 2022. O crescimento foi puxado pelo consumo de streaming de músicas, filmes e séries e atividades presenciais, como apresentações artísticas, exposições e visitas a museus e centros culturais, também registraram aumento.

“Estamos vivendo um ano importante para a retomada da economia da cultura, com a consolidação da volta do público e a reativação dos equipamentos”, diz Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural (IC). “A pesquisa traz luz a este novo momento e reafirma o nosso compromisso de oferecer dados e evidências sobre este segmento tão importante para a economia e o bem-estar dos brasileiros”, completa Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú.

Consumir música (82% em 2023 e 80% em 2022) e produtos audiovisuais (74% em 2023 e 70% em 2022) em plataformas de streaming é a atividade favorita dos brasileiros. Os podcasts também foram destacados por 48% dos entrevistados – em 2022, o índice era de 42%. Vale apontar que a maior parte dos ouvintes desse produto (64%) se concentra na faixa de 16 anos a 24 anos.

A leitura de livros on-line e e-books também cresceu, de 30% em 2022 para 42% em 2023. O acesso é maior entre as mulheres (44%) do que entre os homens (39%). Os jovens são a faixa que puxa o consumo: 63% dos indivíduos têm entre 16 anos e 24 anos.

PRESENCIAL

As apresentações de música, dança e teatro foram prestigiadas por 45% dos entrevistados, 27 pontos porcentuais a mais que os 18% verificados em 2022.

Outras atividades que apontam o crescimento são: cinema (33% em 2023, ante 26% em 2022), exposições e museus (26% em 2023 e 8% em 2022), centros culturais (19% em 2023 e 11% em 2022), teatro infantil (24% em 2023 e 18% em 2022), bibliotecas (14% em 2023 e 11% em 2022), seminários (17% no ano passado, ante 13% em 2022), oficinas de criação para crianças (de 7% em 2022 para 10% em 2023) e saraus de poesia, literários ou musicais (de 6% em 2022 para 12% em 2023).

OUTROS RECORTES

O levantamento indica que 100% dos indivíduos que se declararam das classes A e B realizaram alguma atividade cultural nos últimos 12 meses. A classe C registrou 98% de respostas afirmativas, enquanto nas classes D e E o índice cai para 88%.

Pessoas com mais escolaridade também estão propensas a ter mais hábitos culturais: no Ensino Superior, o índice foi de 100%; no Ensino Médio, de 99%; e no Ensino Fundamental, o número cai para 89%.

Os principais motivadores para participar de atividades culturais presencialmente são convivência e interação (28%), espairecer, distração, diversão e lazer (23%), adquirir conhecimento (20%), conhecer novos lugares (12%), estar com a família e os filhos (12%) e novas experiências (11%).

 

Fonte:CE

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