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Com 45 filmes de 12 países, festival destaca diversidade de expressões da América do Sul

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Você já assistiu a um filme da Guiana ou da Bolívia? E do Equador? Esses e mais oito países da América do Sul, além do Brasil, estão representados na primeira edição do Bonito CineSur – Festival Sul-Americano de Cinema de Bonito, a ser realizado de 4 a 11 de novembro, na cidade-balneário que dá nome ao evento, com a proposta de fortalecer a expressão audiovisual do continente. Mostras, debates, oficinas e homenagens, entre outras atividades, darão fôlego a oito dias de programação.

A união de forças, conforme os 45 títulos em cartaz atestam, passa pelo reconhecimento mútuo do que cada nação anda produzindo. Paraguai, Argentina, Chile, Peru, Guiana Francesa, Uruguai, Suriname e Colômbia também enviaram trabalhos.

Com um total de 657 filmes inscritos, o Bonito CineSur levará ao público, no Centro de Convenções de Bonito, produções que integram três mostras competitivas, curta-metragem, longa-metragem e filme sul-mato-grossense. Mais duas mostras, ambiental e infantojuvenil, integram o programa.

A busca pela diversidade temática e estética, segundo o curador do festival, José Geraldo Couto, foi tão importante quanto a exigência de qualidade artística na escolha das obras selecionadas.

“Os filmes selecionados acabaram se impondo justamente por combinarem relevância temática e excelência na realização cinematográfica”, afirma.

Estão presentes questões candentes da atualidade, relacionadas a temas políticos, sociais, étnicos, de gênero, etc.

“Esses assuntos são abordados das mais diversas maneiras e de modo essencialmente cinematográfico, variando do drama ao suspense, do documentário ao fantástico”, diz José Geraldo.

Na opinião do curador, a importância deste novo festival é “enorme”, por tornar a cidade de Bonito – e o estado de Mato Grosso do Sul – um polo importante de difusão e debate da produção cinematográfica contemporânea do continente.

“MS está praticamente no centro da América do Sul, fazendo fronteira com a Bolívia e o Paraguai, o que faz dele uma região particularmente apropriada para a veiculação de obras e o intercâmbio de experiências dos realizadores cinematográficos do continente”, defende.

O objetivo maior, segundo Nilson Rodrigues, diretor do festival, é fazer com que o evento seja um espaço de encontro da melhor produção cinematográfica da América do Sul. “Queremos um ambiente para discutir os nossos mercados, as dificuldades que enfrentamos para termos acesso às nossas cinematografias”, explica.

Conhecido pela criação do Festival de Inverno de Bonito, das Temporadas Populares e do Festival América do Sul, Rodrigues acumula experiência como produtor de cinema: “Tainá 3 – A Origem”, “O Outro Lado do Paraíso” e o recente “O Pastor e o Guerrilheiro”, premiado em Miami, fazem parte de seu portfólio.

FILMES

O Bonito CineSur oferecerá uma premiação em dinheiro e o Troféu Pantanal para os melhores filmes escolhidos por um júri oficial e pelo voto do público (júri popular) nas categorias Melhor Longa Sul-Americano, Melhor Curta Sul-Americano e Melhor Filme Sul-Mato-Grossense.

Estarão em competição, por exemplo, produções rodadas em Campo Grande e em mais três cidades de MS: “As Marias” (2023), de Dannon Lacerda (Guia Lopes da Laguna), “Cativo” (2022), de Albano Pimenta (Dourados), e “La Plata Ivygu – Enterros e Guardados” (2016), de Paulo Alvarenga Isidorio e Marcelo Felipe Sampaio (Bonito).

“Planuras” (2015), de Mauricio Copetti, e “A Dama do Rasqueado” (2017), de Marinete Pinheiro, também estão entre os destaques do Estado. O filme de abertura será “Alma do Brasil” (1932), de Líbero Luxardo, primeiro longa-metragem de MS.

Dos países citados no começo do texto, há, entre outros trabalhos, os curtas de animação “Mikayla’s Adventures” (2017), com direção de Precious Joelle, da Guiana, e “El Capulí”, de Carlos Sosa, (2019), do Equador. Com a presença do diretor Walter Lima Jr., será exibido “Inocência” (1983), baseado na obra de Taunay, um dos longas mais importantes do cineasta, que é um dos expoentes do cinema novo.

Outro nome consagrado com obra no Bonito CineSur é Jorge Bodanzky, que apresenta “Amazônia, a Nova Minamata” (2022). A programação completa do festival está disponível no site: bonitocinesur.com.br.

PROJEÇÃO DIGITAL

O Centro de Convenções de Bonito, local das sessões, está sendo adaptado e equipado para se transformar no que a produção do festival promete ser “um verdadeiro cinema”.

O auditório Terena, com 238 poltronas e ar-condicionado, contará com equipamentos de projeção digital de última geração, som Dolby estéreo e uma tela de cinema de quase 50 metros quadrados (6 m x 8 m).

A sala de cinema temporária está a cargo da JL Cinema (SP), a mesma empresa que atua nos festivais de Gramado e de Brasília. Segundo os organizadores, o festival terá um cinema que “não ficará devendo nada a nenhum outro da Capital”.

A ideia é proporcionar conforto e imersão ao espectador e, para os diretores, elencos e toda a equipe, a segurança de que seus filmes serão exibidos com alta qualidade.

“Queremos garantir às pessoas a melhor experiência possível”, afirma o produtor, Nilson Rodrigues, que já organizou várias edições do Festival de Cinema de Brasília.

 

Fonte:CE

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