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Ondas de calor e chuva irregular acendem alerta de produtores de soja

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A forte onda de calor de agora e uma que está prevista para meados de outubro, além das chuvas irregulares das últimas duas semanas, acenderam o sinal de alerta para um possível atraso no plantio da soja em Mato Grosso do Sul. Até esta segunda-feira, segundo a Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), em torno de 0,5% dos 4,2 milhões de hectares previstos haviam sido plantados, o que equivale a cerca de 21 mil hectares.

“Os extremos climáticos que estamos observando nesses últimos dias devem interferir na operação inicial da safra de soja 23/24, contudo, um possível atraso só poderá ser mensurado nas próximas semanas”, diz nota da Aprosoja.

Além disso, diz a nota, “a expectativa é de baixo volume de chuva para as próximas semanas”. E para aumentar a preocupação, a meteorologia já está prevendo onda de calor pior que atual para o período de 10 a 20 de outubro. Campo Grande, naquele período, pode ter máxima de 42 graus, conforme o meteorologista Nathálio Abraão. Na onda atual, a máxima da Capital foi de 37,6 graus.

Mas apesar da forte onda de calor que atinge o Estado, provocando temperatura de até 42,9 graus, como foi o caso de Porto Murtinho nesta segunda-feira, a área plantada está praticamente igual à do ano passado nesta mesma época do ano passado.

E, nas três safras anteriores, segundo a Aprosoja, o plantio ainda nem havia começado nesta época do ano. Naqueles anos, a estiagem foi severa durante todo o terceiro trimestre e em boa parte do Estado se estendeu até as primeiras semanas de outubro.

Neste ano, a frente fria que trouxe chuva a quase todo o Estado no feriadão de 7 de Setembro acabou criando condições favoráveis para o início do plantio, a partir do dia 15. Depois disso, contudo, começou o forte calor e as primeiras lavouras que foram plantadas agora estão sofrendo com as altas temperaturas, a baixa umidade do ar e a escassez de chuvas.

E, pelo fato de o plantio em algumas regiões do Estado se estender até o início de dezembro, os técnicos da Aprosoja ainda estão cautelosos no que se refere às consequências desta onda de calor. Se as chuvas demorarem a chegar, há tempo suficiente para o replantio em caso de perda das áreas plantadas nos últimos dias.

PREVISÕES

Conforme as previsões iniciais da Aprosoja, a área de cultivo deve aumentar em torno de 5%, passando de 4 para 4,2 milhões de hectares na comparação com o ciclo anterior. Mesmo assim, a associação se mostra pessimista com relação ao volume produzido, que está estimado em 13,8 milhões de toneladas, o que seria 7,9% menor que as 15 milhões de toneladas colhidas na última safra.

Embora exista perspectiva de chuvas abundantes em janeiro e fevereiro, em decorrência do fonômeno El Niño, existe perspectiva de queda de 13,5% na produtividade, que assim recuaria de 62 para 54 sacas por hectare. As estimativas pessimistas foram feitas com base nos números das últimas safras. A severa estiagem que derrubou a colheita concluída em 2022 acabou influenciando estas estimativas.

E para alívio do produtor, que sofreu com a queda de cerca de 25% no preço da saca de soja, o custo de produção também recuou, mas apenas 10%, saindo de R$ 6.860,08 no ciclo anterior para R$ 6.170,61 neste ano por hectare. No ano passado eram necessárias em torno de 43 sacas por hectare para cobrir os custos. Agora, conforme a Aprosoja, serão necessárias 51 sacas.

 

Fonte:CE

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