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“Evolução pode ser catastrófica”, dizem médicos em alerta sobre picadas de abelhas

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Os termômetros registram altas temperaturas em Mato Grosso do Sul, condição que anda gerando acidentes por picadas de abelhas. Recentemente, houveram casos de ataques de abelhas, inclusive levando a morte de uma mulher na cidade de Dourados.

Ontem (7), um idoso de 70 anos, em Três Lagoas,  foi atacado por um enxame de abelhas em plena praça pública. Ele sofreu pelo menos 500 ferroadas dos insetos em diversas partes do corpo. Já uma mulher, de 47 anos, não teve a mesma sorte no final do ano passado e acabou falecendo por choque anafilático, em Dourados, após enxame ter entrado dentro do automóvel.

Estas situações são recorrentes em épocas quentes, já que o inseto, nesses períodos, costuma fazer a migração para a construção de colmeias. De acordo com o médico dermatologista, Alexandre Moretti, diz que é neste momento, de procura para montagem da abelheira, que as abelhas encontram pessoas e os incidentes acontecem.

“Geralmente os acidentes mais graves são por múltiplas picadas, sendo mais de 100, 200, com risco maior de envenenamento. Uma pessoa alérgica pode ter uma predisposição e em casos graves, que necessitem hospitalização, pode acontecer principalmente insuficiência respiratória. É importante, quando o paciente começa a apresentar quadros de cutâneos e falta de ar, procurar assistência médica para receber as medicações necessárias e, assim, reverter o quadro”, relatou Moretti.

Médico emergencista, Rodrigo Quadros, explica que em acidentes com abelhas ou até mesmo com marimbondos, é muito importante explicar para as pessoas que existem duas situações bem diferentes: acidentes com número pequeno, uma, duas ou dezenas, de abelhas ou marimbondos, e incidentes com múltiplas picadas, centenas delas. As diferenças são:

Número pequeno de picadas 

Podem produzir dois tipos de situação:

– Reações locais, com aumento de volume, inchaço e dor na região.

– Pessoas que têm alergia à substância, ao veneno, ou vão desenvolver uma alergia podem ter uma reação alérgica, uma reação generalizada, podendo evoluir para uma anafilaxia (situação muito grave, podendo ocorrer até morte imediata, em alguns minutos).

“Nesta situação, se a pessoa tiver sintomas locais e forem poucas picadas, se possível, dá para tirar o ferrão, lavar com água e sabão o local, colocar uma água fria para melhorar a situação de dor, tomar um analgésico que já está acostumado a tomar e ficar atento aos sinais de alerta: ficar com o corpo todo vermelho, começar a coçar a garganta, ter falta de ar, ter espirros, tosse, sintomas de náusea, vômitos e tontura. Nesses casos é preciso procurar atendimento médico imediatamente, porque pode desenvolver para um caso grave em questão de minutos”, alerta o médico.

Múltiplas picadas 

Já nas situações de um incidente com múltiplas picadas, centenas delas, Quadros explica que mesmo que o paciente não seja alérgico, a quantidade de veneno introduzido na pessoa já é suficiente para gerar sintomas generalizados e talvez ter algumas toxicidades, como:

– Lesões renais – “umas das principais, pois há uma quantidade de substância tão grande que pode lesar o funcionamento dos rins”, diz.

– Processo alérgico – “podendo ter edema de glote e a pessoa pode parar de respirar. Se for alérgico infelizmente pode morrer imediatamente”, enfatizou o profissional.

O que fazer ao presenciar o ataque?   

“Quando a pessoa se depara com isso ou vê essa situação de picadas acontecendo, se são múltiplas tem que procurar atendimento médico de imediato, pois a evolução pode ser catastrófica, se forem poucas picadas, que não passam de 10, geralmente é mais simples, precisando ficar atento aos sinais de alertas”, ressalta.

O que fazer quando o paciente chega ao pronto socorro? 

Quadros explica que quando o paciente chega é feita uma avaliação rápida, a classificação de risco de acordo com os sintomas que são apresentados.

“Se os sintomas são locais, ele vai ser medicado com analgesia, realizada a limpeza das picadas, retirada do ferrão, se houver, e colocado em observação. Se o paciente tem sintomas generalizados ou reações alérgicas, é levado para emergência e fica sob cuidados intensivos, é medicado imediatamente e é feita uma abordagem para evitar que ele faça, por exemplo, um choque anafilático, que é uma situação de gravidade intensa, uma emergência médica que pode colocar em risco a vida da pessoa, é uma reação alérgica sistêmica, que pode fazer com que a pessoa fique com a pressão muito baixa, não tenha fluxo sanguíneo cerebral, pode parar de respirar. Então, deve ser tratado de forma rápida, imediatamente”, concluiu o médico.

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