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Bióloga flagra onça rosnando para ariranhas no rio Miranda

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As ariranhas começaram a vocalizar além do normal e a bióloga Nathalie Foerster, de 34 anos, já ficou com a atenção redobrada. Em poucos instantes, veria uma cena emocionante: o momento em que oito animais, no Rio Miranda, se uniram e mostraram imponência para expulsar uma onça prestes a atacá-los.

Conforme a profissional, que atua no projeto Ariranhas e é doutoranda em Ecologia e Conservação, são feitas diversas ações no Pantanal, como monitoramento de longo prazo, ações para o desenvolvimento de um turismo sustentável de observação de ariranhas, entre outras. Dessa forma, ela passou a observar um grupo novo de ariranhas e fez o flagrante neste mês de agosto.

“Estava descendo bastante o Rio Miranda, acompanhando o grupo que eu ainda não conhecia. Elas foram marcando território e aí tinha uma área de acampamento, que é um local que elas gostam de repousar durante o dia. Depois, iam subindo e, toda vez, vocalizavam um som que a gente chama de bufo. Em seguida, retornavam para água”, comentou Nathalie.

Pesquisadora faz parte de projeto no Pantanal e afirma ser apaixonada por ariranhas. Foto: Nathalie Foerster/Arquivo Pessoal
Pesquisadora faz parte de projeto no Pantanal e afirma ser apaixonada por ariranhas. Foto: Nathalie Foerster/Arquivo Pessoal

Ariranhas fizeram alvoroço na água, até que a onça apareceu

Nesse vai e vem, a bióloga disse que a quantidade de “bufos” foi aumentando cada vez mais, até que a onça saiu da vegetação e tentou avançar nas ariranhas. “A vegetação estava bem coberta e a onça estava ali atrás. Só que, de repente ela apareceu e foi pra cima das ariranhas. Elas começaram a ficar bem doidas, fizeram alvoroço na água, o que a gente nomeia de comportamento de mobbing ou comportamento de tumulto”, argumentou.

Nos próximos instantes, a pesquisadora ressalta que as ariranhas tiveram um momento de sincronia, já que começaram a vocalizar todas juntas e bater as patas, enquanto o felino rosnava para elas. “Foi neste momento que a onça começou a recuar, até que foi embora. Este encontro foi emocionante, ver grandes predadores se encontrando e se impondo foi muito legal”, finalizou.

Nathalie no momento de monitoramento aos filhotes de ariranhas em MS. Foto: Nathalie Foerster/Arquivo Pessoal
Nathalie no momento de monitoramento aos filhotes de ariranhas em MS. Foto: Nathalie Foerster/Arquivo Pessoal

Sobre a ariranha

O animal pertence à subfamília das lontras (Lutrinae) e é a maior dentre as 13 espécies de lontras existentes. O nome científico da ariranha é Pteronura brasiliensis (Ptero = asa, nura = cauda), devido ao formato achatado de sua cauda, que lembra uma asa ou um remo.

A primeira ariranha foi descoberta no Brasil, e por isso o seu nome científico também é uma homenagem ao país, que ainda comporta a maior área de distribuição da espécie. As ariranhas ocorrem apenas na América do Sul e se alimentam principalmente de peixes, mas podem consumir também caranguejos, sapos, cobras, lagartos e jacarés. Estas e outras informações estão no site do projeto Ariranhas.

Fonte: MM

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