Etiene Medeiros, Tetsuo Okamoto, Mark Spitz e Fernando Scherer. O que esses nomes têm em comum? Além de serem quatro atletas olímpicos da natação, todos compartilham a mesma história do porquê começaram a dar as primeiras braçadas na piscina. Relatos dos nadadores em entrevistas mostram que a natação foi a modalidade esportiva indicada por seus médicos como ferramenta no tratamento de doenças respiratórias.
Os esportes, de modo geral, são capazes de proporcionar diferentes benefícios para a saúde física e mental. Mas os praticados dentro d’água ganham destaque quando o assunto é o combate contra asma, bronquite e outras enfermidades respiratórias. Diversas pesquisas acadêmicas afirmam a importância desses esportes para obter melhora na qualidade de vida e no sistema respiratório.
Natação, hidroginástica e outras modalidades aquáticas podem ser praticadas em piscinas ou no mar, de sunga, biquíni ou maiô. Além disso, podem ser encontradas na grade de horários de diferentes academias e clubes.
Benefícios dos esportes aquáticos para a respiração
O sistema respiratório é o principal prejudicado em pessoas que possuem asma e bronquite. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que há mais de 235 milhões de asmáticos em todo o globo. No cenário infantil brasileiro, a previsão da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) é que 20% das crianças apresentem essa condição.
Os tratamentos para asma e bronquite podem variar de acordo com o quadro do paciente, mas a natação e demais modalidades aquáticas aparecem de forma unânime na maioria das recomendações médicas.
Segundo uma pesquisa acadêmica defendida no departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), esportes como natação podem oferecer diferentes benefícios para a saúde respiratória, como uma melhora na expansão torácica, auxílio no ritmo respiratório e prevenção de ressecamento nasal.
Melhora na expansão torácica
Um dos primeiros benefícios da prática dessas atividades é a melhora na expansão torácica. Segundo o estudo, a posição horizontal e a movimentação dos braços facilitam a expansibilidade da região do tórax, favorecendo assim a tomada de ar.
Durante a natação, o atleta movimenta a caixa torácica, ao abrir e fechar as costelas para concluir os movimentos do esporte. Esse exercício impulsiona a musculatura respiratória, aumentando a amplitude da entrada e saída de ar.
Para quem possui doenças respiratórias, o resultado obtido na prática de modalidades aquáticas é essencial para estimular o organismo e evitar o fenômeno conhecido como “ar retido”, a famosa falta de ar que esses pacientes costumam ter em episódios de crise. Auxilia no ritmo da respiração
Ao praticar esportes dentro d’água, a pessoa precisa nadar e realizar movimentos específicos desse exercício. A alternância das braçadas e os mergulhos na piscina ou no mar é uma aliada para o ganho de ritmo respiratório.
Segundo a pesquisa, essa respiração ritmada, obtida em modalidades aquáticas, é essencial em momentos de crises respiratórias por ajudar o paciente a controlar melhor a entrada e saída de ar dos pulmões
.Previne ressecamento da mucosa nasal
Por fim, o estudo aponta que um dos fatores mais importantes para a saúde é o ambiente úmido em que são feitas as atividades aquáticas. Ao mergulhar nas águas das praias e piscinas, o atleta ajuda a prevenir o ressecamento e resfriamento da mucosa respiratória.
Além disso, o artigo defendido na UFPR mostra que esses esportes favorecem a hiperinflação pulmonar, o que gera impactos direto na capacidade de flutuação e eficiência do nado. No entanto, cabe ressaltar que o alto nível de cloro na água pode provocar irritações das vias aéreas e, por esse motivo, é preciso estar atento a qualquer alteração das mucosas.
Atividades como natação e hidroginástica podem ser praticadas por crianças, adultos e idosos portadores ou não de doenças respiratórias. Todos esses públicos experimentam benefícios das modalidades e ganham mais bem-estar e qualidade de vida.
Fonte: expertamedia
