A redução do preço da gasolina nos postos de Mato Grosso do Sul foi em média de R$ 1,53 em um mês. De acordo com o levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), entre 19 a 25 de junho, o valor médio do litro do combustível em Campo Grande ficou em R$ 5,44. (Veja no final da reportagem, os preços do combustível nos postos da capital).
Se comparado com o preço médio na semana 13 a 18 de junho, a gasolina custava R$ 6,904 no litro da gasolina, podendo chegar a R$ 7,104. Já o óleo diesel, que custou R$ 6,623 o litro no mesmo período, deve alcançar R$ 7,323 por litro, superando o preço da gasolina.
Já na semana 10 a 16 de julho com 19 estabelecimentos pesquisados, é possível encontrar o combustível por até R$ 5,29, tendo preço máximo de R$ 5,69.
A queda de 17,9% é efeito da redução de tributos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos estados. Antes da lei aprovada pelo Congresso, cada ente federativo tinha autonomia para determinar a taxa sobre o combustível.
Como se sabe, a redução do preço da gasolina se deve a uma renúncia fiscal. Os estados abriram mão de parte do ICMS arrecadado com o combustível, e isso diminuiu a distância entre o preço nas refinarias e na bomba ao consumidor”, afirma o economista Robson Gonçalves, professor de MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Segundo ele, reduções tributárias dessa natureza num preço relevante como é o da gasolina são difíceis de reverter. “Acredito que, ao longo dos próximos anos, a gente deve conviver com esse preço mais baixo, fruto de uma menor carga de ICMS”, avalia.
Nos últimos dois anos, o preço médio da gasolina nos postos de combustíveis chegou a variar 45%. O aumento foi resultado da política de paridade internacional da Petrobras e dos impactos que a pandemia e a guerra da Ucrânia trouxeram ao mercado de commodities, de acordo com Gonçalves.
“Isso somado ao dólar caro no Brasil fez com que o preço do combustível em reais subisse muito. Se algum desses fatores ceder, teremos mais um elemento a favor da redução do preço nas bombas a longo prazo. No entanto, a resolução do conflito na Ucrânia, o fim definitivo dos efeitos da Covid, em termos, por exemplo, de lockdown na China, ou mesmo a revalorização do real, nenhum desses fatores parece muito provável no curto prazo”, diz o economista.
Porém, em mais uma tentativa de abaixar o preço dos derivados de petróleo, em ano eleitoral, o governo federal propôs que o ICMS se limitasse a 18% para esses produtos.