O imenso custo e despesa com servidores fez com o que o Telegram buscasse um retorno financeiro de seus milhões de usuários. Os anúncios nos canais públicos foram o primeiro indício, mas não o único: o Telegram incluiu uma assinatura Premium na sua última versão Beta.
Diferentemente do WhatsApp, o Telegram sempre se vangloriou por nunca ter monetizado o uso da plataforma. Justamente por isso, em 2021 o Telegram tinha uma dívida de 700 milhões de dólares, segundo o Wall Street Journal.
A saída que o fundador encontrou foi oferecer uma assinatura com recursos exclusivos. Essa talvez seja a melhor forma de monetizar a ferramenta sem fazer uso excessivo de anúncios e gerar perda de usuários.
Telegram precisa fazer dinheiro
Há algum tempo já havia rumores da mudança no Telegram. Inclusive, recentemente a plataforma começou a testar formas de rentabilizar o envio de mensagens e o armazenamento ilimitado. Pensando nos custos de servidor, todos esses serviços devem custar uma fortuna para o russo Pavel Durov e sua equipe.
O próprio canal não oficial, Telegram Beta, confirmou e incluiu a assinatura Premium, o que significa funções exclusivas para os usuários dispostos a pagar por elas. Importante destacar que o app continua gratuito e que os usuários não vão perder as funções já disponíveis.
Os usuários que contratarem o serviço Premium receberão emojis e reações exclusivas para assinantes. O Telegram, bloqueará o download de emojis Premium para os não assinantes, indicando um link para a assinatura do serviço para aqueles que tentarem baixar o conteúdo exclusivo.
Os testes de assinatura estão sendo realizados na versão beta do Telegram 8.7.2. Ainda desconhecemos os preços e se a assinatura será mensal ou anual, além de possíveis descontos de acordo com o plano escolhido. Espera-se que o Telegram revele os detalhes ao lançar a versão final 8.7.2, que certamente deve ocorrer dentro de algumas semanas.
Telegram vs WhatsApp. Quais as diferenças?
Embora sejam muito similares, os aplicativos de mensagens instantâneas mais famosos atualmente, com milhões de usuários ativos, apresentam diferenças chaves entre si.
A principal diferença entre o Telegram e o WhatsApp é em relação a privacidade dos dados dos usuários. Enquanto que o WhatsApp apresenta uma encriptação ponta-a-ponta em todas as conversas, o Telegram apenas ativa essa encriptação nos Chats Secretos. No momento que o usuário ativa um Chat Secreto, ele pode autodestruir mensagens e fotos, que podem ser programados para desaparecer através de um período de tempo definido.
Outra grande diferença entre os dois aplicativos é a quantidade de integrantes por grupo. Todo mundo no Brasil tem aquele grupo de WhatsApp com a família, outro com amigos e um com o pessoal do trabalho. E, por maior que seja o grupo, provavelmente não passe de 50 integrantes.
Acontece que no WhatsApp há um limite de 256 integrantes ativos por grupo. O que pode ser considerado um número razoável para um grupo de pessoas ativas, conversando entre si. Bom, o Telegram tem um limite um pouco maior: 200 mil integrantes! Por isso, muitos grupos de Telegram são usados como fóruns de discussões políticas, séries de streaming, futebol e etc.
Telegram e WhatsApp nas Eleições 2022
As eleições do Brasil vão ocorrer esse ano, e por isso, todos as atenções estão voltadas para as campanhas dos candidatos e os debates eleitorais, mas acima de tudo, para as propagações de Fake News na internet.
Portanto, uma série de ações vêm sendo realizadas nos últimos meses. Uma delas é a parceria realizada em fevereiro de 2022, entre o TSE e o WhatsApp, com o objetivo de combater a desinformação sobre o processo eleitoral, e garantir a integridade das eleições. Através de seminários e cartilhas para os servidores do TSE sobre o funcionamento do aplicativo, e novas ferramentas para detectar mensagens falsas, o WhatsApp mostra que não vai ficar parado.
O Telegram também assinou sua adesão ao Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação no Âmbito da Justiça Eleitoral, promovido pelo TSE. Pelo termo o Telegram se compromete a manter o sigilo necessário sobre informações a que tiver acesso no âmbito do TSE, a não ser em por decisão contrária do Tribunal.
Fonte: papernest