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Nuvem de areia do Saara pode ter impacto indireto em MS; entenda

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Indicadores meteorológicos apontam que uma nuvem vinda do Deserto do Saara, na África, pode atingir o território brasileiro nos próximos dias. O fenômeno deve ser mais percebido em estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil, e sul-mato-grossenses poderão perceber, ao menos, um pequeno impacto indireto.

A região fica a cerca de 10 mil quilômetros do País e é o maior deserto árido do mundo, conhecido pelas dunas e por onde passam os rios Nilo e Níger, alguns dos principais berços da humanidade.

De acordo o professor e pesquisador em Climatologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Cesar Gonçalves, o fenômeno não é inédito no planeta e tende a ocorrer entre o primeiro e segundo trimestre do ano.

“É um fenômeno natural que ocorre anualmente nesta época, às vezes mais intensos e às vezes menos. Seu deslocamento também oscila, ora atuando mais ao Norte e ora mais ao Centro-Sul das Américas.”

Segundo a Noaa (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos), sensores a bordo de dois satélites (SNPP e NOAA-20) registraram material particulado na atmosfera sobre o Oceano Atlântico, perto da costa do Nordeste do País, desde o último domingo.

Conforme o órgão estadunidense, o transporte de areia pelas massas de ar deve continuar nos próximos dias sobre o oceano e pode alcançar áreas continentais da América do Sul e Caribe. Estados do Norte também devem testemunhar a passagem da poeira com maior evidência.

Em relação a atingir, de alguma forma, o território sul-mato-grossense, Gonçalves avalia que pode haver algum tipo de interferência indireta, ainda que seja difícil de prever, com exatidão.

Quanto a este fenômeno atingir Mato Grosso do Sul, até pode, de forma indireta, haver diminuição da umidade e, principalmente, aumento de material particulado na atmosfera, propiciando um aumento da cor avermelhada no nascer e pôr do Sol”, diz o cientista.

Fenômenos – Nuvens de areia saariana geralmente se deslocam através do Oceano Atlântico a partir da África.

Esse fenômeno ocorre principalmente do fim da primavera ao início do outono no Hemisfério Norte. No entanto, se for grande o suficiente e com ventos favoráveis, a poeira pode viajar milhares e prosseguir também para as Américas.

A poeira saariana também deve provocar impactos climáticos temporários, visto que ela deve chegar com ar extremamente seco e isso tende a inibir a formação de ciclones tropicais como tempestades tropicais e furacões.

Estudo elaborado pela Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), dos EUA, mostrou que a poeira do Saara pode até ser benéfica para a Floresta Amazônica, porque os componentes presentes entre as partículas de areia podem abastecer espécies da flora local e melhorar condições de vida da fauna.

Estima-se que a poeira levantada venha da Depressão de Bodélé, formada por minerais rochosos compostos de micro-organismos mortos, mas repletos de fósforo, que podem impulsionar o florescimento da Amazônia.

 

Fonte:CGN

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