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Lollapalooza Brasil tentará repetir sucesso da edição nos EUA contra a Covid-19

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No final do mês que vem, o Lollapalooza marcará o retorno ao Brasil dos gigantes festivais de música desde que a Covid-19 apareceu. Enquanto São Paulo ainda convive com os efeitos da variante Ômicron, a realização do evento gera ansiedade pela possibilidade de disseminação desenfreada do coronavírus.

A matriz do Lolla – que acontece na cidade de Chicago, nos Estados Unidos – reuniu cerca de 385 mil pessoas em agosto do ano passado. As autoridades de saúde pública consideraram que o evento foi um “sucesso” em termos de não se tornar um “superdisseminador” da Covid-19.

Em entrevista à CNN Brasil, a médica especialista em doenças infecciosas e professora associada da Universidade de Chicago, Emily Landon, foi enfática sobre o que pode garantir que a experiência brasileira também seja bem-sucedida: redução de danos.

“Se você for ao Lollapalooza, apenas presuma que você foi exposto. Faça o teste na semana seguinte, não visite seus avós mais velhos ou qualquer amigo ou familiar com altos riscos [de casos graves]”, pontuou.

“Você não pode impedir o Lolla de acontecer. Mas você pode dizer: ‘Olha, claro que há a Covid, vocês são jovens, provavelmente não vão ficar muito doentes mesmo que se infectem, mas vamos nos esforçar para tentar proteger aqueles que têm maior risco.’”, acrescentou.

Como impedir um desastre no Lollapalooza Brasil?

O Lollapalooza Brasil será o evento de maior público em São Paulo desde que a OMS decretou a pandemia em 11 de março de 2020.

O festival deve superar em muito o GP São Paulo de Fórmula 1, que reuniu 181.711 pessoas no Autódromo de Interlagos durante três dias de novembro do ano passado.

A assessoria do Lollapalooza informou à CNN que a expectativa é de que até 100 mil pessoas passem pelo Autódromo em cada dia do evento. Dos três dias do festival (25 a 27 de março), a sexta e o sábado já estão com ingressos esgotados.

Em nota, o festival afirmou que “tem uma equipe 100% dedicada em estabelecer os cuidados e em colocar em prática os protocolos necessários”. “O público precisará apresentar o comprovante de vacinação (físico ou virtual) com, no mínimo, duas doses da vacina contra a Covid-19”, disseram os organizadores.

“Também será obrigatório o uso de máscara dentro do Autódromo de Interlagos, sendo que a retirada só será permitida para o consumo de alimentos e de bebidas”, acrescentaram.

Para a médica de Chicago, a organização do evento deveria ter pensado em uma capacidade de público reduzida.

“Não acho não deveria ter [o festival]. Eu acho que eles deveriam reduzir a ocupação, para ser honesta. Acho absurdo o número de pessoas que eles deixam entrar”, disse Emily Landon.

Ela pontua que a “boa notícia” é que o Brasil está em descenso na curva da Ômicron, e provavelmente a taxa de casos e mortes deve continuar a cair até o fim de março.

“Meu palpite é que, quando chegar o Lollapalooza, os casos serão poucos e as pessoas não estarão morrendo, e estará tudo bem em realizar o festival. Mas, quando você reúne todas essas pessoas, você precisa ter algum tipo de camada de proteção”, afirmou.

Festival de música Lollapalooza, em São Paulo
Festival de música Lollapalooza, em São Paulo, em 2014 / Foto: Divulgação/Lollapalooza (2014)

A médica pontua que “a coisa mais importante” é pregar a “mensagem da redução de danos”.

Por exemplo, faça um teste para Covid-19 na semana seguinte ao festival. Além disso, evite visitar seus parentes mais velhos ou conhecidos que sejam de grupos de risco para a doença.

Ela também recomenda que as pessoas peçam para trabalhar de casa, se possível, e evitem sair com os amigos ou frequentar lugares cheios na semana seguinte, como bares e baladas.

“Está tudo bem, você tomou sua decisão. Então, vá se divertir no Lollapalooza, mas proteja sua comunidade depois”, declarou.

Para Landon, a estratégia a ser seguida é um retrato da convivência na pandemia – na qual, em algum momento, as pessoas decidem assumir riscos, enquanto outras preferem não.

“O que devemos fazer é garantir que não vamos envolver outras pessoas, principalmente as mais vulneráveis, em riscos que nós assumimos. Isso significa que, se decidirmos ir ao festival, precisamos ser cuidadosos em seguida”, concluiu.

Fonte: CNNBr

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