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Com agenda cancelada, Bolsonaro faz campanha e negocia alianças

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A impremeditada visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, do PL, na manhã de ontem, ao Mercadão Municipal de Campo Grande, em virtude do mau tempo que impediu o voo que o mandatário faria ao Paraguai, converteu-se num bom negócio eleitoral ao pré-candidato à reeleição.

Ausente numa importante missão no país vizinho, que reuniu uma multidão, entre autoridades políticas e simpatizantes.

Bolsonaro soube e bem desfrutar do incidente: abraçou, conversou e tirou fotos com dezenas de admiradores, tratou de possíveis alianças aqui em MS e orientou correligionários ainda indecisos em trocar de partidos, já de olho na eleição de 2022.

A inesperada visita assim foi construída: o presidente já estava de saída de Brasília, na manhã de ontem (13), de onde seguiria para Carmelo Peralta, cidade paraguaia, gêmea de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul.

Quando soube que não daria para pousar em Bonito, como combinado, devido ao mau tempo.

Por decisão dos pilotos da aeronave presidencial, Bolsonaro seguiu para Campo Grande (MS) e ali devia aguardar orientações para seguir, ou não, com o voo rumo a Bonito para, depois ir de helicóptero para território paraguaio.

Onde iria participar da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da construção da ponte sobre o rio Paraguai, que liga Porto Murtinho ao município de Carmelo Peralta, obra que integra o projeto Rota Bioceânica.

Antes de levantar voo, membro da equipe do presidente relatou o caso a um aliado político de décadas de Bolsonaro: Carlos Alberto David dos Santos, o coronel David, deputado estadual (sem partido).

“Queremos tomar uma garapa por aí”, disse o interlocutor ao parlamentar.

Daí, disse o deputado, teve a ideia de levar o presidente até o Mercadão, onde Bolsonaro foi recebido como se fosse um popstar.

O parlamentar contou que o presidente é “muito popular na cidade. O povo gosta muito dele”, afirmou David, que caminhou com o mandatário, a quem ele tem “gratidão eterna”, por ajudar em sua eleição, por ao meio hora no Mercadão.

Lá, Bolsonaro tirou fotos com admiradores adultos e crianças, foi a uma pastelaria, comeu pastelo de queijo, tomou tubaína, e ainda entrou numa lotérica onde cravou uma aposta de sete números na Mega da Virada, jogo pelo qual pagou R$ 31,50.

Ganhou presente e ouviu simpatizantes que quiseram saber sobre o futuro do país, segundo o coronel David.

Nas eleições de 2018, que elegeram Bolsonaro, o “Mito”, como os admiradores costumam chamá-lo, ganhou de lavada do candidato petista Fernando Haddad. Hoje, contudo, pesquisas indicam vitória de Lula num eventual embate com Bolsonaro.

TROCA DE PARTIDO

Coronel David, único político com mandato a conversar com o Bolsonaro na inesperada visita, disse ter conversado sobre estratégias políticas para o ano que vem.

O deputado, pré-candidato à reeleição, sem partido, disse a Bolsonaro se já era hora de filiar-se ao PL, nova sigla do presidente.

“Já tinha avisado que iria me filiar ao partido escolhido pelo presidente”, comentou o parlamentar.

Coronel David revelou que o presidente pediu a ele “um tempo” para definir que rumo tomar.

O parlamentar sul-mato-grossense afirmou que Bolsonaro, por enquanto, conversa com partidos interessados em segui-lo no projeto da reeleição.

E isso, segundo o deputado, quer dizer que além do PL, o presidente vai precisar de aliados em siglas parceiras, como o PP e o Republicanos.

Bolsonaro informou ao deputado também que pediu o “tempo de espera” para a ministra Tereza Cristina (Agricultura), outra sul-mato-grossense, pelo mesmo motivo: agregar as alianças.

A ministra deve seguir para o PP e, ao menos por enquanto, tem o desejo de concorrer ao Senado em 2022.

Isto é, o deputado pode virar partidário do PL, PP ou Republicanos a partir de abril que vem, período da abertura da janela partidária, como é chamada a permissão para a troca de siglas.

David afirmou que, além de Bolsonaro, conversou com o ministro Tarcísio de Freitas, que acompanhava o presidente, para falar de projeto de melhoria de trecho da BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas.

Fonte:CE

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