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Quatro pré-candidaturas protagonizam disputa ao governo do Estado em 2022

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Falta menos de um ano para as eleições gerais de 2022 e seis meses para o período de desincompatibilização e filiação partidária, quando os políticos que desejarem concorrer a algum cargo deverão definir os partidos pelos quais disputarão a preferência do eleitor e as pessoas que ocupam cargos na administração pública ou no Poder Executivo terão de deixar seus postos para se candidatarem.

No cenário nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lideram as pesquisas e polarizam a preferência do eleitor e uma grande quantidade de candidatos que buscam um lugar ao sol ou, melhor, no segundo turno.

Neste grupo, entre os candidatos, figuram dois sul-mato-grossenses: a senadora Simone Tebet (MDB) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM, futuro União Brasil).

Também estão na disputa Ciro Gomes, Sergio Moro (que deve filiar-se ao Podemos) e o PSDB, que realiza prévias para escolher seus candidatos – os nomes mais citados são os de João Doria, governador de São Paulo, e o de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.

ARRANJOS

Este desenho do cenário nacional contribui para os arranjos locais. Apesar de muitas das candidaturas em Mato Grosso do Sul aparecerem descoladas do palco nacional, as alianças partidárias certamente pesarão na escolha dos partidos para concorrer ao Executivo estadual e também para o eleitor.

Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com uma pré-candidatura já bem definida, a do atual secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).

Além do secretário, há outras duas pré-candidaturas postas, mas que dependem de decisões que serão tomadas nos meses de março e abril de 2022. É o caso do atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), reeleito em 2020, e da deputada federal Rose Modesto (PSDB), que deve deixar a atual sigla antes de lançar seu nome.

Ainda há a pré-candidatura do ex-governador André Puccinelli (MDB), que se coloca no jogo, mas tem uma série de fatores na conjuntura política e jurídica que contribuem para que mude de ideia antes do início da campanha no próximo ano.

OUTROS

Por fora, correm as siglas de menor poder político em Mato Grosso do Sul. Essas ainda tentam se fortalecer para elencar nomes para concorrer ao pleito do próximo ano.

Além dos menores, também há outro partido grande indefinido na disputa, o Partido dos Trabalhadores (PT). Assim como faz Puccinelli, o ex-governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, coloca-se como candidato, mas esbarra em fatores que poderão impedir sua candidatura, sejam eles jurídicos ou mesmo a forte rejeição nas pesquisas.

Outro fator que se coloca desfavorável à candidatura de Zeca do PT é o encolhimento da sigla em Mato Grosso do Sul.

Situação de cada um dos possíveis candidatos

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EDUARDO RIEDEL

Embora nas entrevistas Eduardo Riedel nunca tenha se colocado como candidato às eleições de 2022, as articulações políticas e a sua ida, no início do ano, para a Secretaria de Estado de Infraestrutura colocaram ele, naturalmente, como o candidato da situação ao governo de Mato Grosso do Sul.

A chapa que o PSDB tenta montar para Riedel é ampla e deve ter de partidos de esquerda a aliados do presidente Jair Bolsonaro. Com tantos partidos diferentes e a necessidade de cada um deles buscar um palanque para seus candidatos à Presidência, ainda é cogitada uma saída de Riedel do PSDB, algo que no momento é improvável.

Entre as alianças praticamente certas de Riedel para 2022 estão a da ministra da Agricultura e deputada federal licenciada Tereza Cristina (DEM), que apoiará Bolsonaro nas eleições, e do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), que estará com Ciro Gomes.

Apesar de não admitir publicamente, a deputada federal Rose Modesto (PSDB) tem articulado sua candidatura ao governo do Estado, mas não pelo PSDB, partido que informalmente já fez sua opção pela construção da candidatura de Riedel.

Para se viabilizar, a deputada Rose Modesto tem tudo para deixar o ninho tucano na próxima janela partidária, em março de 2022. Conforme o partido de destino de Rose é que seu plano para 2022 ficará mais claro.

Atualmente, Rose tem dois partidos com boas chances de recebê-la. O primeiro, naturalmente, é o Podemos, partido que sempre foi a linha auxiliar dela e de seu irmão, o deputado estadual Professor Rinaldo.

O outro é o PSL, que se unirá ao DEM para criar o União Brasil. É por esta segunda sigla que as chances de Rose sair para o governo de Mato Grosso do Sul são maiores.

O atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), já foi oficialmente lançado pré-candidato (ou mesmo candidato) a governador de Mato Grosso do Sul por Gilberto Kassab, presidente nacional do partido que integra.

A candidatura de Marquinhos ao governo representaria o fim da aliança que já dura sete anos com o PSDB.

Quando foi reeleito prefeito de Campo Grande, em 2020, Marquinhos contou com o apoio do PSDB, e o mesmo ocorreu em 2018, quando Reinaldo Azambuja foi reeleito após uma disputa acirrada com o juiz aposentado Odilon de Oliveira, que na época estava no PDT.

Para que Trad possa concorrer, primeiro deve renunciar ao cargo de prefeito da Capital, decisão que não é fácil de ser tomada. Nas eleições de 2002, por exemplo, André Puccinelli (MDB) ocupava a prefeitura da Capital e tinha alta popularidade, ainda assim, não renunciou para enfrentar Zeca do PT em sua candidatura à reeleição.

Na época, Puccinelli permaneceu na prefeitura e delegou a missão a Marisa Serrano (PSDB), que acabou derrotada por Zeca do PT.

O ex-prefeito de Campo Grande e ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (MDB) volta ao cenário, depois de ter ficado ausente da disputa eleitoral desde que deixou o Parque dos Poderes, em dezembro

de 2014. Nos primeiros quatro anos depois de ter deixado a Governadoria, Puccinelli foi o alvo principal da Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal, ação pela qual foram descobertos casos de corrupção na administração pública no período em que o emedebista era governador.

Puccinelli, inclusive, ficou preso em 2018, logo no ano em que ousava voltar a participar das articulações.

Naquele ano, da cadeia, deixou que seu candidato ao governo e aliado de primeira hora, o ex-deputado estadual Junior Mochi, fosse derrotado na disputa.

Em 2020, nas eleições municipais, Puccinelli lançou o deputado estadual Márcio Fernandes à Prefeitura de Campo Grande. Fernandes foi só o sexto colocado, com 3% dos votos. Agora, Puccinelli diz ter pesquisas em que aparece bem na disputa com os outros candidatos. Estas pesquisas, porém, nunca foram mostradas publicamente.

 

 

Fonte:CE

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