Disposição, objetivo e foco com uma boa dose de disciplina. São os ingredientes que temperam a vida da ciclista campo-grandense Larissa Souza, de 30 anos, topo da lista dos atletas favoritos a subir no pódio do Quilombos Mountain Bike, prova de ciclismo que será disputada no dia 21 de novembro na região da comunidade quilombola Furnas do Dionísio, no município de Jaraguarí, distante 40 km de Campo Grande.
Atleta amadora Elite, Larissa vai competir na categoria Pró (109 km). Ela conta que tomou gosto pelo ciclismo meio que pelo acaso em 2015, inspirada no namorado, o fisioterapeuta Guilherme Anadão Mendes, que já competia em provas de mountain bike.
“Ele participou de um Desafio de MTB e fui para torcer. No ano seguinte (com 25 anos) eu já estava alinhada para participar da minha primeira prova. Iniciei pegando bike emprestada 60 dias antes das provas, e depois que tive a certeza de gostar do esporte e comprei a minha própria bike”, revelou.
Desde então, Larissa vem colecionando títulos em Mato Grosso do Sul. É campeão estadual (2020) de Estrada, um dos estilos de ciclismo mais praticados no mundo; duas vezes campeã estadual (2018/2020) de XCM (Trip Trail Maratona), categoria em que o trajeto é uma mescla de terra, trilhas e asfalto, o que torna o desafio ainda mais emocionante pelas diferenças de trechos durante a prova; duas vezes campeã estadual (2019/2020) de XCO (Cross Country Olímpico), categoria disputada em terreno acidentado e com muitos declives, onde a potência muscular é mais importante do que a resistência física.
Em seis anos, depois de 5 títulos estaduais e participações no Brasileiro de MTB e até no Mundial 24h Solo, competição internacional realizada pela primeira vez no Brasil, nos dias 27 e 18 de julho de 2019, em Costa Rica (MS), Larissa Souza já é uma atleta experiente do mountain bike e garante que está treinando forte para vencer o Quilombos Mountain Bike, em Jaraguarí.
“Hoje a minha rotina de treinamento é alta e com foco em performance. São seis treinos por semana, intercalando força, técnica, mobilidade e resistência”, revelou Larissa. A organização da prova mantém um certo suspense sobre o traçado, considerando que nem todos os inscritos conseguiriam fazer treino de reconhecimento.
Determinada a competir pelo lugar mais alto do pódio, mesmo com uma cirurgia de ombro que deve ocorrer dias antes da prova para correção de uma ruptura de tendão, Larissa garante que já montou sua estratégia para enfrentar a exigência física na diversidade das condições do terreno na região.
“No trajeto da prova tem riacho, pasto, pedras, morros, descidas e uma variedade de paisagens lindas que reenergizam e te dão força. Será preciso controlar o metal quando o físico estiver cansado. Esse será o grande desafio, que exige muito treino para conseguir equilibrar os dois fatores”, declarou.
O Quilombos Mountain Bike será disputado nas categorias Pró (109 km), Sport (57 km) e Turismo (36 km), masculino e feminino. Para participar não precisa ser atleta Amador ou Elite. Se você curte mountain bike e ecoturismo, nada mais apropriado neste momento da pandemia de Covid-19, em que os esportes de aventura, que misturam adrenalina e contato com a natureza, despontam como alternativa de passeios ecológicos ao ar livre.
“Mais do que esportivo, o evento também será turístico por conta da história da comunidade quilombola Furnas do Dionísio e das belezas naturais no entorno e ao longo do trajeto da prova. Teremos participantes de Mato Grosso do Sul e de vários estados do Brasil”, disse Carlos Porto, membro da equipe organizadora. Segundo ele, a prova já está no último lote das inscrições.
História – Com uma área de 1.018 hectares, o Quilombo Furnas do Dionísio foi reconhecido oficialmente pelo governo federal como Comunidade Quilombola em 24 de abril de 2009. O local é um sitio que pertenceu ao escravo liberto Dionísio Antônio Vieira, um mineiro integrante da caravana do fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, que chegou nestas bandas do Brasil em 1890.
Fonte: AsseCom
