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União Brasil pode começar com debandada de políticos em Mato Grosso do Sul

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A criação do União Brasil, partido resultante da fusão entre DEM e PSL, prevista para ocorrer nos próximos dias, poderá encolher a bancada dos dois partidos em Mato Grosso do Sul, em um movimento contrário ao que é esperado.

Da parte do PSL, é certo que o partido ficará somente com a presidente do diretório estadual, Soraya Thronicke, em cargos mais relevantes.

A tendência é de que outros integrantes, titulares de mandato de mais peso no Estado, saiam em debandada até abril, seguindo o caminho do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Nesse grupo estão os deputados federais Trutis e Luiz Ovando, além do deputado estadual Capitão Renan Contar.

Em relação ao grupo eleito por causa da onda bolsonarista de 2018, os dois deputados federais e o deputado estadual citados anteriormente acompanhariam Coronel David, que deixou o PSL ainda em 2019, menos de 1 ano após ter tomado posse, e, assim como o presidente da República, está sem partido.

MINISTRA

Pelo lado do DEM, a tendência é de que o partido também perca seu nome de maior expressão em Mato Grosso do Sul: a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Acredita-se que ela seguirá o mesmo caminho de Jair Bolsonaro.

Entre os deputados estaduais, Zé Teixeira e Barbosinha também não estão garantidos no novo partido que está surgindo. No caso do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a permanência dele na agremiação está condicionada à oposição ao presidente Jair Bolsonaro, que é uma tendência.

O União Brasil deve ser um partido de oposição – pelo menos no período eleitoral – ao atual presidente e apostará no grande tempo de televisão e na polpuda verba dos fundos eleitoral e partidário como trunfos para 2022.

Esses são os atrativos que os integrantes do DEM e do PSL que permanecerão no União Brasil apostam. Quanto aos bolsonaristas, o Correio do Estado apurou que somente o deputado estadual Capitão Contar não decidiu ainda se de fato deixará a legenda em 2022.

Os recursos disponíveis e o tempo de televisão têm feito o deputado estadual pensar bastante sobre o seu destino.

PERDAS

Por falar em destino, o PP surge como o partido que abrigará o presidente Jair Bolsonaro. Nos corredores em Brasília, e até mesmo em Mato Grosso do Sul, muitos dão como possível uma decisão tomada pelo presidente ainda neste ano.

O atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, é quem está viabilizando o acordo. O PP é o principal partido componente do bloco informal do Congresso Nacional tido como Centrão, conhecido pela negociação de emendas em troca de apoio parlamentar.

Além da presença de Nogueira na Casa Civil, o partido comanda posições-chave para o governo federal, como a presidência da Câmara, com o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), e a liderança do governo na mesma Casa Legislativa, com o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR).

E o PP desponta como o provável destino de todos os parlamentares bolsonaristas de Mato Grosso do Sul: Tereza Cristina e Luiz Ovando já têm conversas avançadas neste sentido, com a executiva estadual.

O Correio do Estado ainda apurou que o partido não teria problemas em abrigar Coronel David e Capitão Contar, e que – via Congresso Nacional – também negocia a abertura de suas portas para Trutis.

GANHOS

Mas nem só de perdas viverá o União Brasil. O partido que em Mato Grosso do Sul deve ser presidido pela senadora Soraya Thronicke deve ganhar nomes que têm se destacado na política sul-mato-grossense.

Descontente com o PSDB há pelo menos dois anos, o União Brasil já desponta como um dos prováveis destinos da deputada federal Rose Modesto. Nele, a deputada poderia candidatar-se a um dos três cargos que postular (ela ainda se decidirá): governadora, senadora ou mesmo sua reeleição como deputada federal.

Outro político que está negociando com o União Brasil é o prefeito de Dourados, Alan Guedes. Neste caso, o DEM e o PSL, que tendem a perder muitos políticos para o PP, pelo menos ganhariam um dos integrantes daquele partido.

Em nível nacional, o União Brasil deve também frear uma debandada de políticos para o PSD. A expectativa é de que o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) desista de ir para o PSD e continue no União Brasil.

O novo partido também se torna mais uma opção para o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (que negocia com o PSD) candidatar-se ao governo daquele estado no próximo ano, enfrentando o PSDB, seu ex-partido.

Perdas

O União Brasil, partido que resultará da união do DEM com o PSL, deverá começar com pelo menos quatro grandes perdas em sua bancada sul-mato-grossense: os deputados federais Luiz Ovando e Trutis, o deputado estadual Capitão Contar e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

MUDANÇA

Toda essa movimentação pela estruturação dos partidos é uma forma de se criar estratégias de campanha a partir da rejeição do retorno das coligações, promulgado na semana passada pelo Congresso Nacional.

Partidos com nomes fortes, dinheiro e tempo de TV, não necessariamente nesta ordem, são os mais propensos a se destacar nas próximas eleições.

 

 

 

Fonte;CE

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