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Filme de MS baseado em Manoel de Barros é selecionado para Festival Internacional

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“Nossa incompletude pode ser completada de alguma forma pela religião. Talvez pela poesia. Pela arte”. Foram com as palavras de um dos maiores poetas brasileiros, o sul-mato-grossense Manoel Barros, que o ator e produtor, Filipi Silveira, junto de Larissa Neves, se inspirou, e também finalizou, o curta metragem “Retrato do Artista Quando Coisa”, selecionado para o 32º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. O filme ficou disponível na plataforma até ontem (29).

Na produção audiovisual da dupla, a única obra de Mato Grosso do Sul a ser exibida em um evento renomado do cinema brasileiro, Filipe recita o poema que batiza o nome do curta e, por meio das atuações, consegue construir sentido entre as palavras e as cenas.

Devido a pandemia da Covid-19, a amostra teve de reconfigurar sua programação e criar rodízios de apresentações. “Todos os filmes são disponibilizados e depois retornam em dias específicos para a apreciação do público. O Retrato já havia sido exibido no dia 19 deste mês e, coincidentemente, voltou ao festival ontem, no aniversário de Campo Grande, cidade em que moro e palco para as gravações”, explica.

Filipi esclarece que o processo criativo para o curta se deu de forma despretensiosa e espontânea. “Eu fui convidado por uma amiga, durante a pandemia, para recitar um poema de Manoel em uma de suas aulas remotas. Na época ela me perguntou quanto eu cobraria pela ação e não tive resposta no momento para algo do tipo. Porém, quando li o poema Retrato do Artista Quando Coisa, aquilo mexeu comigo, conversou com meu universo. Nesse momento eu sugeri que a forma de pagamento seria o auxílio dela para transformar o sentimento daquelas palavras em algo cinematográfico”, informa.

O Retrato fala do processo de ser várias coisas, afinal, como ator, ele se viu provocado por reconhecer no poema os próprios desejos de ser várias personalidades.

Em seguida, o projeto performou em várias localidades famosas da Capital, fortalecendo o aspecto regional. “Quando as pessoas lembram de Manoel de Barros, sempre o relacionam com o Pantanal e a natureza do Estado. Dificilmente pensam em algo voltado para o viés urbano, então é possível identificar os vários espaços característicos daqui, como a Rua 14 de Julho, o Teatro Glauce Rocha e a Esplanada Ferroviária, por exemplo”, enfatiza Filipi.

Ao final do filme, uma breve homenagem é direcionada à professora Maria Cecília Serafim, amiga de Filipe, vítima de um câncer e que não pôde presenciar a finalização do curta. “A professora Cecília me convidou certa vez para participar em um dos concurso de curtas metragens realizados pela Rede Municipal de Ensino. Ela sempre esteve disposta a ajudar seus alunos, e pagava muitas vezes do próprio bolso para que eles tivessem oportunidades de participação em eventos como esse. Ela me inspirava com a sua solidariedade, por sua essência e, quando soube que o mundo a perdeu, tive que homenageá-la”, lembra o ator com esmero.

 

Fonte:Acritica

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