Um ato tão simples quanto parar para abastecer seu carro em um posto de gasolina pode esconder diversos perigos para o veículo. A intenção dos frentistas pode até ser boa, mas alguns dos serviços oferecidos pelos profissionais não devem ser feitos no momento do abastecimento.
“Não quer colocar aditivada?” Não
São poucos os veículos vendidos no Brasil que exigem o uso de combustível aditivado ou premium, de maior octanagem. Se o seu carro não vem escrito no manual a indicação explícita para o uso de gasolina, etanol ou diesel aditivados, ou ainda de combustível premium, as opções comuns atendem perfeitamente.
Com uma maior carga de agentes detergentes, os combustíveis aditivados efetuam uma limpeza no sistema de combustível. No caso dos carros antigos, isso pode desprender partículas de sujeira acumulada ao longos dos anos no tanque e entupir as linhas de passagem, podendo estragar a bomba de combustível do carro e os bicos injetores.
Para o combustível premium, suas vantagens estão na octanagem maior. Porém, essa é uma característica que só é aproveitada por motores com taxa de compressão elevada, como em esportivos, por exemplo. Carros convencionais não conseguem extrair a potência extra prometida.
As vantagens práticas estão no teor menor de etanol misturado à gasolina, fixado em 25%, e na menor quantidade de enxofre no combustível que, no longo prazo, conserva melhor os componentes internos do motor. No entanto, seus preços são bem mais elevados.
“Quer ver o óleo?” Não
Outro serviço bem comum oferecido pelos frentistas logo ao se parar o carro para abastecer é verificar o nível do óleo. No entanto, esse tipo de verificação só deve ser feito com o veículo parado, o motor frio e em terreno nivelado. Situações que dificilmente são encontradas no posto em uma situação normal.
O perigo reside em verificar o óleo com o motor quente, logo após ser desligado. O lubrificante leva alguns minutos até retornar ao cárter, onde fica armazenado. Se você verificar o nível logo após parar o carro, a vareta de verificação indicará que está faltando óleo, mas não está necessariamente.
O perigo aqui é colocar mais óleo no motor do que o necessário, o que aumentará a pressão do lubrificante durante o funcionamento e desgastará prematuramente retentores e juntas, gerando vazamentos.
“Quer ver a água?” Também não
Primeiramente, seu carro não usa água comum para o arrefecimento. Ou se utiliza um líquido próprio, ou uma mistura proporcional de água destilada e fluído de arrefecimento. Então, mesmo se perguntarem se você quer verificar a “água” do carro no posto, o melhor é recusar.
Além de usarem água convencional, que pode oxidar os componentes internos do carro, o líquido refrigerante estará em altas temperaturas e pressão, podendo causar ferimentos caso o reservatório seja aberto com o motor ainda quente.
“Quer ver o fluído de freio?” Com certeza não
Outro serviço oferecido no posto que não deve ser realizado por lá é completar o nível do fluído hidráulico dos freios. Além de ter que ser verificado em terreno nivelado, o sistema trabalha em ambiente selado.
Assim, se o seu reservatório de freio acusar um nível baixo, pode ser duas coisas: as pastilhas de freio estão no final da vida útil ou o sistema está com vazamento. Em ambos os casos, só se deve completar o nível do fluído em caso de emergência.
“Vai calibrar os pneus?”. Sim, mas com cuidado
Quem não tem aptidão para colocar a mão na graxa e se sujar para calibrar os pneus acaba pedindo para que o frentista realize o serviço. A calibragem é realmente recomendada, semanalmente inclusive. Porém, os pneus também não podem estar quentes. O tempo de sua casa até o calibrador mais próximo ainda é seguro para fazer o serviço.
No entanto, combine previamente com o frentista qual é a calibragem a ser usada. O número pode ser encontrado tanto próximo às portas quanto na tampa de abastecimento, além de estar no manual do carro.
Alguns fabricantes especificam valores diferentes para uso com o carro vazio ou carregado. Tenha certeza do valor correto para seu veículo. Um pneu muito cheio ou muito vazio causa desgaste prematuro e alteração no comportamento dinâmico do veículo. Outra dica importante é também estar atento à calibração do estepe.
Água do lavador de para-brisa exige cuidado
Poucos lembram de colocar água no reservatório lavador do para-brisa até se encontrarem numa situação em que aciona-se o lavador e nada acontece. Usar o equipamento sem água no reservatório pode queimar a bomba que transfere a água do reservatório para o esguicho.
O lavador não exige nenhum tipo de água especial. Porém, se esse serviço lhe for oferecido no posto de gasolina, tome cuidado com a origem da água. Se ela tiver muitos detritos, ainda pode entupir tanto as linhas de esguicho do lavador quanto danificar a bomba elétrica.
Fonte: CNNBr