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Em 1 ano, Campo Grande poderá não ter vagas em cemitérios públicos

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Com a alta demanda de enterros em decorrência da pandemia de Covid-19, os três cemitérios públicos de Campo Grande podem não ter mais vagas em um ano.

Segundo o administrador dos cemitérios municipais, Marcelo Barbosa, a abertura de vagas nas unidades do Santo Antônio, Santo Amaro e São Sebastião (Cruzeiro) depende da retomada de lotes não adquiridos pelas famílias de pessoas que foram sepultadas nos locais.

Apenas no São Sebastião ainda é possível encontrar novas covas.

Barbosa explicou que os familiares têm cinco anos para comprar o espaço.

“Se não comprarem, ele volta para a prefeitura usar em procedimentos de enterros sociais. Nós acabamos de fazer um edital, em abril deste ano, com 250 vagas que, se não forem adquiridas, voltam para nós usarmos em novos enterros”, pontuou Barbosa.

Na terça-feira (15), a reportagem do Correio do Estado constatou que, com o agravamento da pandemia, as valas que são abertas não foram suficientes para a quantidade de enterros daquele dia, os quais aconteceram de hora em hora.

À reportagem, os trabalhadores afirmaram que na terça-feira houve recorde de enterros no cemitério do Cruzeiro e que por esta razão funerais agendados para aquela data precisaram ser remarcados para o dia seguinte, no caso, ontem (16).

No cemitério privado Jardim das Palmeiras, o número de funcionários dobrou, em decorrência do aumento de procedimentos durante a atual crise sanitária. De acordo com uma funcionária que preferiu não se identificar, 14 coveiros são responsáveis pelos 10 enterros que acontecem em média todos os dias no local.

Segundo a Pax Pró Vida, houve aumento na quantidade de atendimentos na unidade para procedimentos de enterros sociais e, em sua maioria, são casos de pessoas positivas para Covid-19. “Nos meses em que estivemos de plantão, nossa demanda quadruplicou”, relatou um funcionário que preferiu não se identificar.

Conforme a Pax Mundial, o setor funerário da Capital opera em sua maioria com dois tipos de casos: procedimentos em pessoas confirmadas com Covid-19, que exigem enterro rápido e com o caixão lacrado, e casos em que o tempo de contágio já superou os 21 dias, uma margem de segurança que permite a realização de breves velórios.

“Para nós, os piores meses foram abril e maio, o movimento foi realmente muito intenso”, relatou um profissional que quis se identificar.

Segundo Marcelo Barbosa, apesar de estar acima da média, o movimento nos cemitérios públicos está sob controle. Neste ano, já foram realizados 701 enterros nos três locais. Em janeiro, foram 136 despedidas; em fevereiro, 103; em março, 163; em abril, 155; e em maio, 144.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, cerca de 85% dos enterros feitos em Campo Grande são em cemitérios particulares.

“Claro que houve um aumento nos procedimentos nos cemitérios públicos desde o ano passado, em razão da pandemia. Mas [não é] nada que a gente não esteja dando conta”, reiterou.

Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que 3.117 campo-grandenses já foram a óbito em decorrência da Covid-19. Até ontem, Mato Grosso do Sul registrava 7.636 mortes pela doença.

ENTERROS SOCIAIS

Em 2020, foram realizados 1.400 enterros nos cemitérios públicos, sendo 441 sociais. Até maio deste ano, dos 701 procedimentos, 211 foram na modalidade social, na qual não há custo para as famílias.

O administrador dos cemitérios municipais explicou que os enterros sociais não são restritos às mortes por Covid-19, e sim para qualquer família que esteja em vulnerabilidade social.

Para solicitar o serviço, as famílias devem acionar a Secretaria de Assistência Social (SAS). Barbosa relatou que, em função do desemprego, é notório o aumento de solicitações para o enterro social.

 

Fonte:CE

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