Trinta municípios de Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande, estão com a campanha de vacinação paralisada por falta de doses de vacina contra a Covid-19.
A última remessa de imunizantes enviada pelo Ministério da Saúde ao Estado chegou no dia 10 deste mês, com 51,5 mil doses da Astrazeneca. O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, informou não ter recebido nenhum indicativo do Ministério da Saúde sobre novas remessas.
“Passamos o dia todo esperando alguma resposta sobre a chegada de novas doses, mas o Ministério não se posicionou. Precisamos de vacinas para darmos continuidade à imunização e estamos trabalhando para conseguir mais”, pontuou Resende.
De acordo com levantamento realizado pelo Correio do Estado, neste mês houve uma queda significativa no recebimento de vacinas se comparado com o mês de maio.
Nos primeiros 15 dias de junho, apenas quatro lotes de vacinas chegaram ao Estado, somando 167 mil doses. Já no mesmo período de maio, MS recebeu sete lotes, totalizando 206 mil doses.
Para a infectologista e integrante do Centro de Operações de Emergências do Estado (COE-MS), Mariana Croda, a queda no fluxo de vacinação é preocupante por diversos fatores, entre eles, a situação crítica do Estado.
“Estamos recebendo menos lotes de vacina, o que nos leva a ancorar nossa vacinação, e isso é preocupante, porque o Estado estava buscando controlar a contaminação por meio da imunização. Sem vacinas e sem medidas restritivas a situação do Estado se complica”.
Por falta de doses, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que não realizará a vacinação da população pelo quarto dia consecutivo em Campo Grande.
Até o momento, a Capital aplicou 336.004 doses da primeira injeção e 137.369 da segunda. Com isso, 37,08% da população campo-grandense está vacinada e 15,18% imunizada.
Desde janeiro deste ano, Mato Grosso do Sul recebeu 1.447.560 doses divididas em 30 lotes, das quais 1.407.137 foram aplicadas entre primeira e segunda dose. Sendo 1.016.864 vacinas destinadas à primeira dose e 390.270 à segunda dose.
Com isso, 35,84% da população sul-mato-grossense está vacinada e 13,83% imunizada. Mato Grosso do Sul está em primeiro lugar como estado que mais aplicou primeira dose da vacina contra o vírus e em segundo lugar na aplicação da segunda dose do imunizante.
JANSSEN
Apenas três tipos de imunizantes são aplicados no Estado até o momento: Astrazeneca, Coronavac e Pfizer. No entanto, Mato Grosso do Sul deve começar a aplicar um quarto imunizante, este de dose única, nos próximos dias, que é a vacina da Janssen.
O lote com três milhões de doses do imunobiológico do grupo Johnson & Johnson deverá chegar ao Brasil ainda nesta semana e será dividido entre todos os estados.
Segundo Resende, a previsão é de que MS receba 38.400 doses, no entanto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está negociando com o Ministério da Saúde para receber um quantitativo maior de vacinas, em virtude da situação crítica em que o Estado se encontra.
“Todos os estados que passaram por colapsos na saúde receberam doses extras para aumentar a imunização da população e controlar a contaminação, é o que estamos discutindo com o governo federal, doses extras para imunizarmos o quanto antes a nossa população e sairmos dessa situação desesperadora”, frisou.
A vacina Janssen tem dose única e sua eficácia é de 85% para casos graves e proteção completa contra hospitalização e morte pela doença.
616 ÓBITOS
Mato Grosso do Sul contabilizou 616 mortes por Covid-19 apenas na primeira quinzena deste mês, de acordo com o boletim epidemiológico da SES de ontem. O Estado registrou 52 óbitos e 1.387 casos confirmados, totalizando 7.569 óbitos e 315.832 confirmações desde o início da pandemia.
A média móvel de casos está em 1.645,3 e a de mortes em 51,3. A taxa de contágio é de 1,13, e a de letalidade, 2,4.
Ontem, havia 1.141 pessoas hospitalizadas, das quais 592 estavam em leitos clínicos e 549 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além destas, 190 pessoas aguardavam na fila de espera por um leito.
Fonte:CE