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Nubank recebe aporte de US$ 500 milhões do megainvestidor Warren Buffett

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O Nubank anunciou nesta terça-feira, 8, que a Berkshire Hathaway, empresa do megainvestidor Warren Buffett, concordou em comprar US$ 500 milhões de suas ações, no momento em que o banco digital se expande rapidamente na maior economia da América Latina.

Além da Berkshire, outros investidores estrangeiros estão aportando outros US$ 250 milhões no negócio, de acordo com a empresa – entre eles estão Sands Capital, Absoluto Partners, Verde Asset Management, Canada Pension Plan Investment Board (CPP Investments), MSA Capital e Sunley House Capital. Os dois acordos foram assinados na sexta-feira, 4. Com eles, a avaliação do Nubank, que é uma empresa de capital fechado, chegou a US$ 30 bilhões. O novo aporte é uma extensão da rodada realizada em janeiro, que, na época levantou US$ 400 milhões. Assim, a rodada se encerra em US$ 1,15 bilhão, a maior já registrada na América Latina.

A extensão também fez saltar o valor de avaliação da empresa: em janeiro, o Nubank era avaliado em US$ 25 bilhões. Cerca de cinco meses depois, a marca chegou a US$ 30 bilhões, valorização de 20%. Essa etiqueta a maior fintech brasileira mais valiosa que o Banco do Brasil, avaliado em R$ 103 bilhões. Pelo câmbio da manhã desta terça-feira, 8, o Nubank tem valor de R$ 152 bilhões. A título de comparação, o Santander Brasil vale R$ 168,3 bilhões, o Bradesco, R$ 231,6 bilhões, e o Itaú Unibanco, R$ 298,5 bilhões.

“A nova rodada é fruto do crescimento hiper acelerado e sustentável do Nubank. A empresa é o maior banco digital do mundo em número de clientes – acabou de atingir a marca de 40 milhões e, nestes primeiros cinco meses do ano, cresceu a um ritmo de mais de 45 mil novos clientes por dia”, disse o Nubank, em comunicado.

Com o  investimento, a avaliação do Nubank, que é uma empresa de capital fechado, chegou a US$ 30 bilhões.

“Temos uma longa experiência em investimentos em algumas das empresas de tecnologia, mídia e telecomunicações mais bem-sucedidas do mundo. Buscamos empresas que não estejam apenas desafiando o status quo hoje, mas também estejam moldando o futuro”, disse, em nota, o sócio-diretor da Sands, Barron Martin.

A empresa destaca ainda que a rodada serviu para dar entrada a gestoras nacionais, na figura da Absoluto e do Verde. “É com bastante entusiasmo que ingressamos nessa jornada como um dos primeiros investidores brasileiros”, afirmou José Zitelmann, cofundador da Absoluto.

O Nubank também recebeu recursos de Invesco, Tarsadia Capital e da chinesa Tencent, que já eram investidores.

Crescimento

Com sede em São Paulo, o Nubank é a maior fintech da América Latina e uma das maiores do mundo, com 40 milhões de usuários no Brasil, no México e na Colômbia, de acordo com a companhia. Desde a fundação, em 2013, a empresa já levantou cerca de US$ 2 bilhões em rodadas de financiamento – isso significa que a atual rodada da empresa levantou mais da metade de todos os investimentos recebidos pela startup na história.

A Berkshire  Hathaway fez o maior investimento individual já recebido pela Nu, mas a empresa não divulgou detalhes sobre sua base acionária. A Berkshire não respondeu a pedidos de comentários.

“Para nós, essa é apenas uma grande validação do que o Nubank tem feito desde o começo”, afirmou o fundador e CEO da empresa, David Vélez. Segundo ele, novas rodadas de financiamento estão fora de questão no momento. “Com esta, estamos muito, muito bem capitalizados; não temos planos para levantar mais capital.”

Segundo Vélez, uma listagem do Nubank em Bolsa não está nos planos da empresa no momento, embora deva acontecer no futuro. Segundo ele, a companhia pretende continuar se expandindo, particularmente nos ramos de investimento e seguros nos três países em que já opera. O maior foco é na expansão orgânica, mas ele não descartou aquisições.

O acordo com a Berkshire acontece em meio à rápida expansão dos bancos digitais no Brasil, país com 213 milhões de habitantes onde o sistema bancário tradicional foi concentrado durante décadas em algumas grandes instituições, e onde boa parte da população não tem conta em banco.

Nos últimos anos, o Banco Central tentou aumentar a competição ao dar suporte a startups que tomaram essa parte da população como alvo. Sob as bênçãos do regulador, as chamadas fintechs se moveram rápido para lucrar com o aumento na demanda por serviços financeiros. Elas ganharam um impulso com a expansão do e-commerce no ano passado, em resposta às medidas de restrição de mobilidade impostas pela pandemia de covid-19.

Além de contas de depósito e cartões de crédito, o Nubank oferece seguro de vida, empréstimo pessoal, produtos de investimento, pagamentos via smartphones e produtos para pequenos e médios empreendedores. No ano passado, a empresa adquiriu a Easynvest, uma plataforma digital de investimentos com US$ 5 bilhões em ativos e 1,6 milhão de clientes.

“O foco principal será continuar na liderança do mercado de bancos digitais do Brasil, que é cada vez mais competitivo”, disse Vélez. “O aumento da digitalização, do uso do e-commerce, todas essas tendências continuam a acontecer de maneira independente do crescimento do PIB ou do ambiente político.”

Fonte:DOW JONES NEWSWIRES

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