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Compra de vacinas pelo setor privado divide parlamentares do Estado

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O Congresso Nacional voltou a estudar a possibilidade de liberar a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado e de autorizar que as empresas usem, de imediato, metade das doses compradas por elas para imunização de seus funcionários e dos familiares deles durante a fase atual, em que o programa de imunização beneficia grupos considerados prioritários.

Deputados da bancada de Mato Grosso do Sul ouvidos pelo Correio do Estado analisaram a viabilidade dessa abertura. Para o deputado federal Fábio Trad (PSD), o projeto será benéfico ao combate às crises sanitária e econômica, ocasionadas pela pandemia.

“Sou favorável. Entendo que, quanto mais acelerado o ritmo de vacinação, menor será o tempo de crise e, portanto, mais rapidamente recuperamos a economia. É preciso que haja maior disponibilidade e oferta de vacinas. Creio que proibir a sua aquisição no mercado privado não contribui para ampliar o contingente de imunizados. Temos de vacinar todos e rapidamente, por isso defendo, sim, a ideia”, disse.

Muitos especialistas criticam essa abertura, pois, segundo eles, haveria duas filas, sendo uma do Sistema Único de Saúde (SUS) e outra do setor privado, trazendo a possibilidade de distinção dos imunizantes apenas para grandes empresas.

Ou seja, não favorece a sociedade mais vulnerável. No entanto, o parlamentar é contrário a esse argumento e diz que essa abertura trará mais fôlego ao setor público em se concentrar nos grupos prioritários, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI).

CONDIÇÕES

“Penso que a União, estados e municípios vão ter mais condições de se concentrar na vacinação dos grupos prioritários e menos favorecidos, caso outros segmentos sociais já estiverem imunizados por intermédio da aquisição privada, independentemente se a compra for por empresas, serviços, indústria, sindicatos, entre outros”.

Já o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) afirmou que sua grande preocupação vai de encontro à opinião dos especialistas contrários a esse projeto.

“Sabemos que a quantidade no mundo de vacinas é escassa e pode ocorrer o favorecimento de pessoas que não são dos grupos prioritários, conforme o escalonamento estipulado pelo Ministério da Saúde. Ou seja, o que pode ocorrer é que aqueles que têm dinheiro serão mais favorecidos, pois eles podem comprar mais caro e vender mais caro”, criticou.

Para contextualizar a sua posição, o parlamentar abordou o fato ocorrido na semana passada, em que uma empresa de ônibus teria desviado imunizantes e vacinado diretores da empresa e políticos locais.

“Tivemos uma amostra desse fato em uma garagem de ônibus. Além disso, estão investigando se esses imunizantes eram da gripe e foram vendidos como contra a Covid-19. Portanto, podem ocorrer crimes como fraudes, caso essa abertura seja autorizada”, explicou.

A deputada Rose Modesto (PSDB), que é próxima do presidente da Câmara, afirmou que segue o pensamento dele. No entanto, ela afirma que o projeto só pode ser aprovado se não faltar imunizante ao SUS.

“Sou favorável à flexibilização e à abertura de compra de vacinas pela iniciativa privada, desde que não falte para a distribuição via SUS. Acredito que é como o Lira falou, se houver um maior controle, vai ajudar bastante a abrir para as empresas e não faltar para a saúde pública”.

“Temos o exemplo dos Estados Unidos, que possuem 30 milhões de doses sobressalentes que a iniciativa privada brasileira poderia adquirir, destinar parte para o sistema único de saúde e o restante para comercialização ou destinação interna. Nossa luta é para agilizar a vacinação, assegurando o mais rápido possível uma porcentagem maior de pessoas vacinadas”, disse.

 

Fonte:CE

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