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Semana restritiva é prejudicial, porém necessária, diz secretário

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A prefeitura decidiu antecipar cinco feriados em Campo Grande, com o objetivo de conter o avanço da Covid-19 na Capital. Conforme o secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, a medida deve prejudicar a economia, mas é necessária em razão da atual situação.

“Tudo isso é muito complicado para a economia, essa parada vai impactar diretamente, porém, é necessária pelo momento que estamos vivendo em todo o País. A antecipação de feriados foi uma medida importante para reduzir o contágio, e vamos compensar ao longo do ano com a eliminação de pontos facultativos”, explicou Pedrossian Neto.

A partir de segunda-feira, só poderão funcionar serviços essenciais. Conforme a prefeitura, do dia 22 até o dia 26 de março serão antecipados os feriados dos dias 21 de abril, 3 de junho, 26 de agosto, 7 de setembro e 15 de novembro.

A semana em Mato Grosso do Sul teve dois recordes trágicos: conforme boletim, foram 39 mortes em 24 horas na terça-feira (16) e 42 óbitos no balanço do dia seguinte (17).

IMPACTOS

Conforme a economista do Instituto de Pesquisa Fecomércio-MS (IPF-MS), Daniela Dias, a antecipação de feriados na Capital pode causar impactos no consumo, na empregabilidade e até mesmo nas vendas da Páscoa.

“Vivemos um cenário de muita instabilidade, ainda não é possível mensurar quais serão os impactos dessa antecipação. O comportamento do consumidor se alterou bastante em função da pandemia, e agora essa parada pode abalar o consumo, a empregabilidade e o fechamento ou não de empresas”.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, Adelaido Vila, destaca que, desde o início da pandemia, mais de 25 mil empresas encerraram suas atividades em Campo Grande.

“Existe um número imenso de pessoas desempregadas e com suas famílias para criar. As autoridades precisam entender que o problema não está no varejo ou no setor produtivo, mas, sim, na falta de fiscalização e controle da disseminação do vírus”, destacou o presidente.

MEDIDAS  

Diante do apelo dos comerciantes com o prejuízo da pandemia, a Prefeitura de Campo Grande adiou a data de vencimento do pagamento da terceira parcela do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto sobre Serviços (ISS), conforme publicado em edição extra do Diário Oficial do município.

Com a mudança, a terceira parcela do IPTU, que venceria no dia 10 de abril, passa a vencer no dia 10 de junho. Já a terceira parcela do ISS, que venceria no dia 25 de abril, vence no dia 25 de junho.

Conforme o secretário municipal de Finanças e Planejamento, ainda não é possível calcular qual será o impacto financeiro da medida para Campo Grande, no entanto, a ação foi necessária em razão da dificuldade ocasionada pela pandemia e pelo fechamento do comércio na próxima semana.

“Ainda não sabemos quais impactos financeiros isso terá no orçamento do município, porém, a Prefeitura não está renunciando à receita, mas, sim, adiando para que a população possa ter um respiro. Tudo vai depender de quantas pessoas vão aderir a esse adiamento, alguns contribuintes vão pagar dentro do prazo correto, como também outros poderão optar pelo prazo maior”, destacou.

Pedrossian Neto reitera que os pagamentos feitos na nova data de vencimento não terão cobrança de juros ou correções monetárias. Além disso, o desconto de 5% para pagamentos em dia e a possibilidade de parcelamento também estão mantidos.

A economista do IPF-MS defende que a medida é importante, como forma de amenizar os custos para o setor empresarial e a população.

“Esse estímulo é muito necessário, mas não é suficiente para sair de uma crise ou inibir questões relacionadas à antecipação dos feriados. Contudo, pode ser uma alternativa, principalmente para os pequenos empresários e os prestadores de serviços, que estão passando por um momento delicado”, destacou Dias.

Adelaido Vila explica que o pedido de prorrogação de prazos de pagamento foi encaminhado pelo setor com o objetivo de amenizar os impactos da crise para os comerciantes.

“Estamos em um momento de muita dificuldade econômica, sabemos do problema de saúde, mas não podemos negar os impactos negativos que causa na economia essa parada. O setor comercial está preocupado, ninguém quer fechar, e por isso entramos com essa solicitação na prefeitura”, pontuou.

O secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Roberto Oshiro, informou ao Correio do Estado que entrou com um pedido no governo do Estado para novas medidas de incentivo, com o intuito de diminuir os impactos econômicos para os empresários.

“Pedimos a prorrogação dos impostos desde o ano passado, inclusive por meio de ações judiciais que foram negadas. Estamos aguardando um posicionamento por parte do governador para que haja prorrogação do ICMS, do IPVA e de outros impostos estaduais. Precisamos de outras formas de suporte, como fluxo de caixa para auxiliar os empresários a manter seus negócios”, afirmou Oshiro.

 

 

Fonte:CE

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