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Quadrilhas fraudavam boletos para desviar benefícios por aplicativo da Caixa

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O cruzamento de dados entre diversos órgãos possibilitou a identificação das “fraudes massivas e atuação de organizações criminosas” no auxílio emergencial e a deflagração da Operação Segunda Parcela, da PF (Polícia Federal). Um dos esquemas tinha participação de funcionária de instituição bancária em São Paulo.

A operação foi deflagrada hoje em Mato Grosso do Sul e mais 13 estados (SP, RJ, PB, ES, BA, SC, TO, PR, GO, MG, RS, MA e PI) com cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão, 7 mandados de prisão e 13 de sequestro de bens, além do bloqueio de R$ 650 mil das contas dos envolvidos.

Em MS, foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão em Campo Grande. Imagens divulgadas pela PF mostram o cumprimento de mandado de busca em local onde foram apreendidos documentos, como CNH usados na fraude, cartões e notebook com arquivo de fraude de RG.

Em São Paulo, foi presa a funcionária de instituição financeira, não revelada pela PF, que fazia parte de um dos esquemas.

Em coletiva realizada há pouco em São Paulo, o modus operandi das organizações foi detalhado pelos delegados. O coordenador-geral de Polícia Fazendária, Cleo Mazzotti explicou que a operação foi possível a partir do cruzamento de dados envolvendo PF, MPF (Ministério Público Federal), CGU (Controladoria Geral da União), TCU (Tribunal de Contas da União) e Receita Federal.

“Essas instituições alimentaram a ferramenta de co-relacionamento da PF e, em cima dessa ferramenta e dos dados que as instituições nos passaram, conseguimos levantar muitas investigações onde correram fraudes massiva e atuações de organizações”, disse Mazzotti.

O chefe da Polícia Fazendária, Alberto Ferreira Neto, falou sobre o esquema. O fraudador, como pessoa física ou jurídica, em nome dela ou de laranjas, se cadastrava em uma das empresas gerenciadores de pagamento, o que possibilitava a emissão de boletos ou gerar ordens de pagamento, simulando venda comercial.

Ao mesmo tempo, o nome de beneficiário era usado, de forma fraudulenta, para garantir o auxílio emergencial, repassado por meio do Caixa Tem. Os pagamentos dos boletos era feito por meio do aplicativo e o dinheiro, que deveria ser repassado a quem realmente precisava, caía na conta do fraudador.

“O verdadeiro beneficiário não sabe que tem direito ou não procurou a Caixa, são benefícios parados e foram atacados pela obtenção fraudulenta”, disse o delegado. Os delegados dizem essas empresas gerenciadores de pagamento estão colaborando nas investigações.

Mazzotti pediu a quem tiver recebido benefício fraudulento que procure a Caixa, sob pena de ser investigado no esquema.

Nos 14 Estados, a PF apreendeu mídias, cartões de banco, documentos como RG e CNHs, máquinas de cartão, quantia em dinheiro, notebooks, um deles, da funcionária de banco integrante do esquema.

Segundo a PF, inicialmente, as organizações criminosas identificadas agiam de maneira individualizada, mas as investigações ainda terão desdobramentos, por conta do material apreendido na operação.

Desde que o benefício passou a ser concedido, por conta da pandemia, a PF passou a investigar tentativas de fraudes. Preventivamente, a investigação detectou irregularidades e impediu ou cancelou o cadastramento de 3.823.841 (três milhões e oitocentos e vinte e três mil e oitocentos e quarenta e um) pedidos irregulares.

Segundo a PF, deixaram de sair indevidamente dos cofres públicos, no mínimo, R$ 2,3 bilhões, se considerando apenas o pagamento de uma parcela de R$ 600,00.

 

 

Fonte:CGN

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