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João esperou 20 anos para pedir amor de infância em casamento

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Foi no dia 27 de novembro que Luara recebeu de João o pedido de casamento dos seus sonhos. Com flores, fotos, música romântica e a família reunida, ela selou os votos da paixão ao dizer “sim” ao namorado. Os dois, que se conhecem desde os 8 anos de idade, marcaram a ocasião especial com mais um “beijinho” de amor – assim como haviam feito na infância.

Um detalhe importante: João é homem trans. No finalzinho da faculdade de Psicologia, em meados de 2016, revelou a transexualidade ao mundo e começou com a adaptação social. Mudou de nome, estilo de vestuário, corte de cabelo. Foi nessa mesma época que se reencontrou com Luara após anos sem ver a mulher que um dia se apaixonou.

Apenas como um “rolo”, foi em julho deste ano que admitiram realmente gostar um do outro. Um ano antes, João já havia iniciado sua transição hormonal: voz engrossou, barba cresceu e suas características identitárias atuais tomaram forma. Após quatro anos de “vai e vem” no namoro, João pediu Luara em casamento – a maior certeza que poderia ter.

Casal se conhece desde os 8 anos de idade – e já haviam selado um "beijinho" (Foto: Arquivo Pessoal)
“Sempre soube que ela era a mulher da minha vida. Nunca exitei em querer uma vida ao lado dela. Demorei vinte anos, mas hoje tenho ela pra mim. Se fosse necessário, a pediria em casamento todos os dias”, garante João Fernando Vilela.

Com o ‘sim’ que ganhei dela, oficializamos todo esse carinho, admiração e atração que temos um ao outro, nesse amor bonito que cultivamos juntos”.

Na realidade, o pedido era para ocorrer no mês anterior, em outubro, mas a avó de João faleceu no dia esquematizado para a surpresa acontecer. “Em meio àquela tristeza, contei pra Luara e pedi a mão dela em particular. Mas eu sabia que um pedido especial era o que ela mais merecia”. Por isso, ele não cancelou nada do que até então estava pré-marcado.

"Sempre soube que ela era a mulher da minha vida. Nunca exitei em querer uma vida ao lado dela" (Foto: Arquivo Pessoal)No dia da surpresa, a atual noiva – que é mãe de santo de umbanda – foi resolver algumas pendências no Centro com seu filho de santo, o que já fazia parte do complô. “Foi o tempo de preparar tudo. Já tínhamos um grupo de WhatsApp secreto, tudo estava combinado. Esperamos ela em silêncio. Quando as luzes foram acesas, a música começou a tocar e eu estava lá de terno e gravata a segurar o buquê para minha princesa”.

Foram encomendadas vinte rosas vermelhas simbolizando a quantidade de anos que passei sem ter ela ao meu lado”.

Luara chorou e se emocionou junto de João. “Eu sabia que para ela era um sonho tudo aquilo”. Depois da aliança colocada e um beijo para selar os votos, um jantar foi servido e um brinde ao amor entre os dois. A surpresa continuou com uma “lua de mel” antecipada, com preparação romântica no quarto.

Aceitação – Para João, não é só por conta do amor muito forte que nutre por Luara – acredita que estavam “predestinados” um ao outro – mas porque houve logo de cara muito respeito e aceitação no relacionamento.

“Todos os meu relacionamento passados tiveram término por causa da minha transexualidade. A Luara nunca teve problema com isso, muito pelo contrário, sempre foi incentivadora. Eu sempre busquei alguém que me amasse, desejasse e me respeitasse como homem que sou – e ela faz perfeitamente isso”.

 

 

Fonte:CGN-(Foto: Arquivo Pessoal)- LadoB

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